

O Porto de Santos recebeu, nesta sexta-feira (26), a visita do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. Ele inaugurou três obras no local, que tiveram o investimento de R$ 601 milhões. Tratam-se de uma terceira linha férrea no bairro Paquetá, um píer de atracação para navios de granéis líquidos em um terminal na Ilha Barnabé e a ampliação e modernização do cais do Tecon Santos.
Tarcídio ainda se reuniu com caminhoneiros na sede da Santos Port Authority (SPA). A Portofer informa que a terceira linha representa um incremento de capacidade ferroviária para a região. Assim vai permitir a circulação simultânea de trens nos sentidos de importação e exportação. A obra foi concluída em agosto deste ano, e a linha opera desde setembro, por meio dos mais de 1,9 mil metros de trilhos que foram instalados.
O projeto contou com investimento de R$ 23 milhões e apoio da SPA e da Prefeitura de Santos. Atualmente, a via recebe, em média, 20 trens por dia operados pelas concessionárias que atuam na região.
Em seguida, Freitas participou da inauguração do cais da Ageo. Segundo a empresa, foi inaugurado um píer de atracação para navios de granéis líquidos, com investimento de R$ 128 milhões. Ela terá como benefício, o aumento da capacidade de atracação de navios de granéis líquidos que se destinam ao Porto de Santos. Dessa forma, vai minimizar significativamente aos operadores os custos e impactos gerados por insistentes filas de espera (line-up) por falta de berço.
Tecon
O ministro da Infraestrutura esteve no Tecon e participou da ampliação do cais. A Santos Brasil informou que a empresa concluiu, desta forma, a primeira fase do projeto de ampliação e modernização do terminal. Os investimentos foram na ordem de R$ 450 milhões e agregou mais 400 mil TEU (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés) de aumento de capacidade operacional.
Além disso, o Tecon Santos passa a ser, agora, o único terminal de contêineres da América do Sul com capacidade de receber simultaneamente até três navios New Panamax, de 366m. Estas são as maiores embarcações previstas para chegarem ao país.
Iniciadas em 2019, as obras ampliaram o cais do Tecon Santos em 220 metros, totalizando 1.510 metros. Além disso, foram incluídos o aprofundamento do cais e reforço de estrutura para a instalação de trilhos para novos portêineres de última geração, ao longo de 1.090 metros. Também houve o aumento da profundidade máxima do cais para 16 metros.
Segundo a Santos Brasil, a primeira etapa de ampliação e modernização do terminal envolveu, obras civis, mas também a aquisição de equipamentos de última geração e investimentos em projetos na área de TI, que incluem a compra e implementação de um novo TOS (Terminal Operating System), o OPUS da CyberLogitec e a aquisição de softwares e equipamentos. Eles permitem maior utilização da inteligência artificial no planejamento e operação.
Ainda cumprindo a agenda ministerial, Freitas concedeu uma coletiva de imprensa e participou do 1º embarque de celulose da Bracell. “É um pacote de R$ 600 milhões que estão sendo entregues hoje, fazem parte de R$ 3,2 bilhões de investimento em andamento. Tem mais R$ 6 bilhões que estão por vir nos próximos anos, fruto desses contratos de arrendamento que foram feitos, e também das renovações antecipadas de contratos dos terminais”.
Porto de Santos
Em coletiva, Tarcísio Gomes de Freitasfalou dos benefícios que as obras trazem ao Porto de Santos.”O Porto de Santos está se modernizando, se preparando para entrar, de fato, com muita força nas rotas internacionais”, diz.
Sobre a desestatização do cais santista, Freitas afirmou que a consulta pública ocorrerá em dezembro deste ano. “Teremos um período de debate para a sociedade, é um projeto complexo. Existem três desafios regulatórios que temos que resolver. O primeiro é passar para todos os arrendatários do Porto a confiança de que os contratos serão respeitados, isso é fundamental, proporcionar a segurança jurídica para todo mundo que já opera no Porto de Santos”.
Ainda de acordo com o ministro, é essencial garantir que não haverá supremacia de um grupo em detrimento de outro, e como terceiro desafio, ele explica que é preciso garantir que o investimento irá acontecer com redução de tarifa. “Porque um dos objetivos, no fim das contas, é o aumento de eficiência e redução de custo”, diz.
Após os 45 dias de consulta pública, o ministro afirma que serão analisadas as contribuições, e o conteúdo será encaminhado ao Tribunal de Contas da região. “Acredito que no 2º semestre do ano que vem a gente vai ter leilão”, conclui.
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