São Paulo “para” devido a greve dos funcionários dos ônibus coletivos
O rodízio de veículos foi suspenso. Categoria exige outras reivindicações que vão além do reajuste salarial
Quem depende dos ônibus em São Paulo tem passado por maus bocados. Os motoristas e cobradores do transporte coletivo da Capital entraram em greve nesta quarta-feira (29). A decisão pela paralisação saiu na tarde de terça (28) e não tem data para acabar.
Houve uma assembleia na sede do Sindmotoristas, no bairro da Liberdade. Por causa da greve, segundo a SPTrans, são 675 linhas e 6.008 ônibus que foram afetados e juntos, são responsáveis por transportar mais de 1,5 milhão de passageiros, somente pela manhã.
Devido a greve, a Prefeitura de São Paulo suspendeu o rodízio e liberou a circulação de veículos nas faixas e corredores de ônibus. Já logo de madrugada, 88 linhas do Noturno, de 150, não operaram. A partir das 4h, a operação em todas as garagens dos grupos estrutural e de articulação regional foi interrompida. Contudo, a Express, na Zona Leste o serviço não foi paralisado. O Grupo Local de Distribuição não foi afetado.
As vans do serviço Atende+, que transportam pessoas com deficiência de alto grau de severidade, estão operando normalmente.
A greve começou na madrugada desta quarta. Segundo a SPTrans, a operação Noturno tinha 62 linhas em operação até por volta de 4h, e 88 inoperantes no mesmo horário – esse número oscilou durante a madrugada.
Alternativas
A Secretaria de Transportes Metropolitanos antecipou a oferta de trens em circulação e ampliar o horário de pico.
Metrô, CPTM, ViaQuatro e ViaMobilidade estão com trens reservas em condições operacionais em todas as linhas para o atendimento à demanda.
Já a EMTU informou que poderá prestar apoio à SPtrans pelo sistema Paese caso seja solicitado.
Justificativas para a greve
Apesar de o sindicato patronal ter garantido o reajuste salarial de 12,47% após a última paralisação, os trabalhadores argumentam que outras reivindicações da categoria, como hora de almoço remunerada, PLR e plano de carreiras, não foram atendidas.
“Já se passaram dois meses das nossas negociações, e os patrões mostraram-se intransigentes, pedindo prazos, paciência e protelando decisões. A categoria está estafada dessa enrolação”, afirmou o presidente em exercício do sindicato, Valmir Santana da Paz (Sorriso).
Respostas
Segundo a SPTrans, a decisão judicial da greve anterior segue em vigor. Assim, deve haver um mínimo de 80% da frota circulando no horário de pico e pelo menos 60% no restante do dia. Em caso de descumprimento, está prevista a cobrança de multa de R$ 50 mil.
O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss) “lamentou mais essa paralisação dos motoristas e cobradores de ônibus, com terríveis consequências para a mobilidade da população”.
A Prefeitura de São Paulo, por meio da SPTrans, também lamentou a decretação de greve antes mesmo do julgamento do mérito pelo Tribunal Regional do Trabalho.
“A gestora irá monitorar a frota desde o primeiro minuto da madrugada para informar os passageiros de São Paulo por seus canais oficiais sobre a situação de momento. A SPTrans continua acompanhando a negociação entre empresários e trabalhadores e espera uma breve resolução entre as partes, para que a população de São Paulo não seja penalizada”, diz a nota.
Em petição, a SPTrans pediu à Justiça do Trabalho a declaração da abusividade da greve, a imposição de multa de forma imediata. Segundo o prefeito, essa segunda greve é “irresponsável”.
O julgamento do dissídio coletivo da categoria está previsto para ocorrer nesta quarta às 15h.
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