![Policial tem áudio vazado onde pede para bandido "morrer na moral aí"](../../../wp-content/uploads/sites/3/2022/12/ABORDAGEM.jpg)
![Policial tem áudio vazado onde pede para bandido "morrer na moral aí"](../../../wp-content/uploads/sites/3/2022/12/ABORDAGEM.jpg)
As investigações sobre o caso de policiais acusados de matarem um bandido desarmado e rendido e atirarem contra outros criminosos no Litoral de São Paulo continuam. Um trecho de áudio divulgado em um vídeo revelou que um dos quatro policiais teria dito a um suspeito para “morrer na moral aí” (significado de “sem incomodar”) após atirar no peito dele.
No áudio, captado pela câmera do uniforme de um dos policiais, foi possível ouvir o homem implorando para que fosse levado ao hospital. “Por favor, senhor, me leva para o hospital”, diz Vitor Hugo Paixão Coutinho, de 19 anos, ao cabo da PM Diego Nascimento de Souza logo depois de ser baleado pelo policial.
Em resposta, o PM diz para ele se acalmar e acrescenta: “Morre na moral aí”.
Os quatro PMs tiveram a prisão preventiva determinada pela Justiça após o episódio. Ele resultou também na morte de um homem já rendido e apontado como comparsa de Vitor no assalto a uma casa em Bertioga.
Entenda o passo a passo
- No dia 15 de junho deste ano, três homens invadiram uma casa em Bertioga, no litoral paulista, e roubaram um carro, dinheiro e objetos pessoais.
- Ao receberem o alerta de roubo, os policiais foram informados que os suspeitos teriam uma arma de fogo. Depois, a investigação apontou que se tratava de um simulacro (imitação de uma arma).
- Os criminosos usaram o veículo para fugir e foram perseguidos por policiais militares em uma rodovia de Guarujá.
- O carro foi abandonado no meio da fuga e os três tentaram escapar a pé.
- Everton de Jesus Oliveira, o único do trio que não foi ferido, acabou preso.
- Na sequência, Vitor Paixão foi baleado três vezes pelos policiais. De um deles ouviu: “morre na moral aí”.
- Por fim, Kaique de Souza Passos, de 24 anos, se escondeu em uma favela. Ao ser localizado pelos policiais dentro de uma casa, ele levantou os braços, em sinal de rendição. Mesmo assim, foi assassinado com sete tiros.
- Dez dias depois, em 25 de junho, o Ministério Público de São Paulo, que não tinha tido acesso às imagens das câmeras presas aos uniformes dos policiais, arquivou o processo por considerar que eles agiram em legítima defesa.
- O caso teve uma reviravolta quando a Corregedoria da Polícia Militar resolveu investigar a ação e, com base nas imagens das câmeras, encontrou uma série de ilegalidades cometidas pelos agentes.
- Segundo a Corregedoria, no momento dos disparos, os policiais obstruíram as lentes das câmeras e simularam como se tivessem sofrido uma agressão de Kaique.
- No pedido de prisão, além de Diego Nascimento, o policial Eduardo Pereira Maciel também é acusado de tentar matar Vitor Paixão.
- Os agentes Paulo Ricardo da Silva e Israel Morais Pereira de Souza são acusados de matar Kaique.
Advogados afirmam que houve legítima defesa
Os advogados dos quatro policiais presos, alegam que eles agiram em legítima defesa e negam que eles tenham tentado obstruir a gravação das câmeras. Embora confirmem que não há como tirar a legitimidade da ocorrência, apenas o laudo, que ainda não está pronto vai revelar de fato o que houve.
Eles também dizem que em situações de risco, as coisas se desenrolam rapidamente, mas que não houve a intenção de assassinato.
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