Saúde

São Paulo registra 20 mil mortes

Dados foram alcançados nesta terça e tem troca de secretário na Saúde

Nesta terça-feira, o Estado de São Paulo registrou a triste marca de 20 mil mortes por coronavírus, desde o primeiro caso de óbito, em março. Nas últimas 24 horas, foram registradas mais 383 vítimas fatais da doença e 6.235 infectados, totalizando 422.669 enfermos.

O valor registrado nesta terça é 7,7% maior que a média móvel de 245 registrada há 14 dias. Especialistas consideram que variações de até 15% em 14 dias são consideradas estabilidade. O estado de São Paulo permanece, portanto, considerado estável em um número alto de mortes, o chamado platô.

Interior puxa recorde de mortes

O governo de São Paulo afirmou nesta segunda que um aumento de 24% nas mortes por coronavírus no interior na última semana foi o responsável por fazer com que o estado como um todo batesse o recorde semanal, com 1945 mortes, após três semanas seguidas em que uma queda estava ocorrendo de forma seguida.

No entanto, o coordenador-executivo do Centro de Contingência do Coronavírus, João Gabbardo, afirma que o aumento está dentro das projeções realizadas pela gestão João Doria (PSDB). Em meio à flexibilização gradual da quarentena em várias regiões, a perspectiva do governo estadual é que as mortes cheguem entre 21 mil e 26 mil até o final de julho.

“Realmente na semana passada a gente teve um número de óbitos maior do que os das semanas anteriores. Nós estávamos há três semanas com redução, mas isso não altera o que nós imaginávamos desde o início do plano, de que a capital tinha uma tendência de queda, manutenção dos seus números de casos e óbitos, e uma provável expansão no interior”, disse Gabbardo nesta segunda.

Segundo o diretor, houve aumento menor de mortes na capital e na Região Metropolitana. Mas os números do interior puxaram o total do estado para o avanço de 14%, limite da taxa para que seja considerado aumento e não estabilidade.

“Na Região Metropolitana o aumento do número de óbitos foi de 7%, na capital ainda menor, em torno de 2,6%. Houve um aumento de óbitos no interior bastante considerável, na ordem de 24%. No total, os números mantém o estado em uma estabilidade, dentro da nossa previsão. […] Até 15% consideramos estabilidade”, afirmou.

Interior X Capital

O secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, também apresentou nesta segunda-feira (20) outra análise que confirma a interiorização da Covid-19 em São Paulo. Segundo Vinholi, pela primeira vez o interior ultrapassou a capital em números absolutos de casos confirmados desde o início da pandemia. A comparação desconsidera as outras cidades da Grande São Paulo.

“O interior do estado alcança o número de casos da capital. São 40% de casos no interior hoje [em relação ao total] e 40% de casos na capital: 166 mil casos em cada uma dessas regiões. Essa evolução veio se dando ao longo do período, viemos alertando e trazendo essas informações e com os dados de hoje se consolida”, disse Vinholi.

Há cerca de um mês, o secretário já havia anunciado que o interior havia ultrapassado a Capital em novos registros semanais de casos. Já em relação às mortes, Vinholi também afirmou nesta segunda que o interior ultrapassou pela primeira vez a Grande São Paulo (sem a capital) em número absoluto de óbitos por coronavírus. Segundo o secretário, o interior soma 5.612 mortes desde o início da pandemia e a Grande SP 5.318. Na capital, o valor total de mortes é de 8.778.

Novo secretário de Saúde

Em meio ao combate e medidas contra o coronavírus, a Secretaria Estadual de Saúde tem um novo secretário. O infectologista do Hospital Emílio Ribas, Jean Gorinchteyn assume a pasta no lugar de José Henrique Germann. O motivo da troca é porque Germann está com problemas de coração e há 3 semanas já não estava presente nas entrevistas coletivas que ocorriam no Palácio dos Bandeirantes.

“A troca acontece neste momento por necessidade de saúde. O doutor (Germann), ao longo de um período de 19 meses, cumpriu brilhantemente seu trabalho à frente da secretaria. Deixa esta função e assume amanhã a função de assessor especial do governo para assuntos de saúde pública, dando expediente no Palácio e na secretaria. Quero deixar claro que não houve razão de ordem administrativa, exceto de saúde”, reforçou o governador João Doria (PSDB) em coletiva desta terça-feira.

Doria ainda destacou a atuação do ex-secretário de Saúde no combate ao coronavírus. “Sob seu comando, o número de UTIs do SUS mais do que dobrou. Fato inédito, recorde no Brasil. Saiu de 3.600 para 8.056 leitos de UTI em São Paulo. São mais unidades do que toda a Itália ou Espanha”, afirmou, acrescentando a implantação dos hospitais de campanha e da atuação no interior do estado.

Na despedida, José Henrique Germann se emocionou e relembrou os momentos em que procurou ajudar o Estado no enfrentamento da doença. “Trabalhar sob a liderança de Doria foi inspirador, especialmente neste momento de gravidade, tanto para a população, que sofre, quanto para os profissionais, que sucumbem e a quem dedico meu respeito e gratidão. Desta experiência saio melhor e maior do que entrei. Missão cumprida”, disse Germann.

“Seguirei novas funções e, mais uma vez, agradeço a confiança. Estarei sempre colaborando e oferecendo o melhor de mim para o paciente. Boas vindas ao doutor Gorinchteyn, médico qualificado, do prestigiado Emílio Ribas. Meus votos de boa sorte e uma gestão profícua. Valer-se desta experiência lhe será de grande valia. Dedique-se e aproveite o momento de crescimento”, recomendou.

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