No último dia 13 de maio, a Fórmula 1 completava 70 anos de existência e se tornando a principal categoria do automobilismo mundial. Nesta mesma data em 1950, começaram a surgir lendas, como Juan Manuel Fangio, Nikki Lauda, Alan Prost, Michael Schumacher, além da legião brasileira que fizeram história, como Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna. Todos pilotos arrojados e que não temiam o risco da velocidade e pela vitória faziam de tudo e mostravam toda sua habilidade tirando o melhor do carro. Mas a festa mesmo só foi feita nesse domingo no GP de Silverstone, na Inglaterra, onde a competição nasceu.
Na pista o favorito como sempre era o inglês Lewis Hamilton, que está colecionando recordes de poles, vitórias e prestes a igualar ou superar Schumacher em títulos. Ele tentou confirmar este favoritismo e presentear os fãs de F1 e celebrar os 70 anos da competição com sua vitória. Entretanto tinha o holandês arrojado Max Verstapen que adotou uma estratégia diferente. Ele começou a prova com os pneus duros, para justamente tentar ter o menos número de paradas nos boxes e ganhar vantagem.
E a tática deu certo. Ele só foi trocar de pneus quando o número de voltas era maior do que a metade e venceu bem o Grande Prêmio de Silverstone. Verstappen fez a segunda troca de pneus junto a Bottas para evitar ser superado na sequência, enquanto Hamilton estendeu sua permanência na pista até a volta 41. O inglês caiu para quarto, mas, com pneus novos, passou Charles Leclerc para ficar em terceiro e imprimiu um ritmo fortíssimo nas voltas finais.
Coube a Lewis Hamilton a estar em segundo lugar, graças a uma “permissão” do companheiro de equipe, Valteri Bottas, que era o segundo colocado e deixou ultrapassar. Esta atitude mais uma vez reacendeu as discussões sobre a postura dos pilotos. Muitos tem saudades de que a disputa entre eles era livre e que não havia essa história de preferência. Era o que acontecia por exemplo entre Prost e Piquet, depois Prost e Senna. Eram companheiros de equipe que buscavam ajudar a construtora, mas queriam cada um lutar pelo título mundial da Fórmula 1.
Na classificação do campeonato, Hamilton segue na liderança, com 107 pontos, 30 a mais do que o novo vice-líder Verstappen. Bottas caiu para terceiro na tabela, com 73 pontos, enquanto Charles Leclerc, com o quarto lugar deste domingo, ocupa a mesma posição no Mundial, com 45 pontos.
Mas esse domingo foi um gosto especial para Max Verstapen. Não só porque venceu e impôs a primeira derrota da Mercedes na temporada 2020, já que antes era só Hamilton e Bottas que haviam ganho. Mas também para dizer que a Fórmula 1 ainda tem aquele sentimento de adrenalina, rivalidade e busca de superação que se tornaram as essências, desde a sua origem.
A próxima corrida será neste final de semana no GP da Espanha, em Barcelona.
