Presidente afirma. “Não tem mais a corrupção”
Declaração é dada após ele "acabar" com a Lava Jato

Durante seu pronunciamento no Palácio do Planalto, em Brasília, o presidente da República, Jair Bolsonaro (Sem partido), disse que no seu governo “não tem mais corrupção” e que “acabou” com a Operação Lava Jato. A declaração foi dada nessa quarta-feira (7) enquanto ocorria uma cerimônia de medidas para a aviação civil.
“Eu desconheço um lobby para criar dificuldade para vender facilidade. Não existe. É um orgulho, é uma satisfação que eu tenho, dizer a essa imprensa maravilhosa que eu não quero acabar com a Lava Jato. Eu acabei com a Lava Jato, porque não tem mais corrupção no governo. Eu sei que isso não é virtude, é obrigação”, afirmou.
Depois Bolsonaro disse que essa “ausência de corrupção” não seria uma virtude, e sim uma obrigação. O presidente também defendeu as próprias indicações para cargos públicos.
“Eu sei que isso não é virtude, é obrigação, mas nós fazemos um governo de peito aberto. Quando eu indico qualquer pessoa pra qualquer local, eu sei que é uma boa pessoa, tendo em vista a quantidade de críticas que ela recebe em grande parte da mídia”, declarou.
Contraste
Enquanto era candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro, sempre elogiou a Operação Lava Jato pela forma como era conduzida. Tanto que indicou e fez de Sérgio Moro, até então o principal juiz da operação virar o ministro da Justiça de seu governo.
Porém ao longo de 2020, muitas divergências entre Bolsonaro e Moro ficaram mais notórias e devido as investigações estarem chegando ao filho Flávio Bolsonaro, houveram muitas discordâncias sobre como a Lava Jato era conduzida. Até que em abril, Sérgio Moro pediu demissão do cargo de ministro, alegando que o presidente estava tentando intervir nas investigações por interesses políticos em meio as ações da Polícia Federal.
“As tentativas de acabar com a Lava Jato representam a volta da corrupção. É o triunfo da velha política e dos esquemas que destroem o Brasil e fragilizam a economia e a democracia. Esse filme é conhecido. Valerá a pena se transformar em uma criatura do pântano pelo poder?”, escreveu o ex-ministro.
As forças-tarefa da operação Lava Jato são de responsabilidade do Ministério Público Federal (MPF), um órgão independente que não é subordinado ao governo federal. O atual chefe do MP é o procurador-geral da República, Augusto Aras.