Corinthians vence o Santos na Vila e Ariel Holan pede demissão

Santos e Corinthians fizeram o clássico da oitava rodada do Campeonato Paulista. Os dois times precisavam vencer para aliviar a pressão que viviam. O Timão levou a melhor, aproveitando que o Peixe usou time reserva, ganhou por 2 a 0. Para os santistas, além do terceiro jogo seguido sendo derrotado, ainda teve a demissão do técnico Ariel Holan.

Desde o primeiro tempo, o Corinthians se impôs e dominou as ações de jogo. Foram 10 finalizações do Alvinegro da Capital, contra apenas duas do Santos. O Timão reforçou bem o meio de campo e aproveitou que o adversário não tinha maior mobilidade para a transição de defesa para o ataque. O primeiro gol saiu com Raul, que aproveitou o rebote deixado pelo goleiro Vladimir. Wellington Tim deixou o Santos com um a menos, pois deu uma forte entrada e foi expulso. O castigo veio pouco tempo depois com Lucas Piton que fez o segundo gol.

Veio a segunda etapa, mas com um a menos, o Santos não teve muito o que fazer. Ariel Holan até tentou aumentar a velocidade com Lucas Venuto para fazer companhia a Renyer, que havia substituído o lesionado Bruno Marques na primeira etapa.

O Timão continuou dono do jogo e quase marcou com Gabriel Pereira, após vacilo de Luiz Felipe, e em chute de João Victor após boa jogada pelo lado direito. Depois, o Peixe se arriscou um pouco mais e até encontrou espaços, como em chute de Kevin Malthus já dentro da área. Vagner Mancini e Holan rodaram seus times com substituições e esperaram o tempo passar, num clássico que foi resolvido com o que aconteceu nos primeiros 45 minutos.

Como fica?

A vitória leva o Corinthians aos 21 pontos em dez jogos, disparado na liderança do Grupo A do Campeonato Paulista. Santo André, Inter de Limeira e Botafogo-SP têm seis pontos cada (os dois primeiros, em tese, ainda podem alcançar o Timão). Um empate alvinegro nos dois jogos restantes (São Paulo e Novorizontino) basta para a vaga. Já o Santos permanece com nove pontos, em segundo no Grupo D, mas com o líder Mirassol um pouco mais longe.

Protesto da torcida santista

Somando Paulistão e Libertadores da América, o Santos acumula três derrotas seguidas. E o placar de 2 a 0 para o Timão, causou revolta à torcida santista, que ignorou a proibição de aglomeração e foi na frente da Vila Belmiro para protestar.

Veja os vídeos:

Ariel Holan pede demissão

A notícia que caiu uma bomba nesta segunda-feira (26) foi o anúncio da demissão do técnico Ariel Holan, do Santos. O presidente do clube, Andres Rueda anunciou uma entrevista coletiva logo pela manhã, onde falaria sobre o resultado e a situação do clube após o fim da punição da FIFA com a venda de Soteldo ao Toronto FC.

Mas o mandatário explicou a saída do técnico argentino. “Ontem (domingo), conversando com o treinador após o jogo, de uma maneira muito transparente, ele nos solicitou que o jogo contra o Boca (terça-feira, pela Libertadores) fosse o último à frente do time”, disse Rueda.

Ariel Holan foi contratado ao Santos em fevereiro deste ano e estava ciente da delicada situação que o clube vive financeiramente e sem possibilidade de contratar grandes jogadores. Ainda assim o treinador aceitou o cargo, onde queria trabalhar com os garotos vindos da base. Ele ganhou total respaldo da diretoria e tinha grande aprovação da torcida.

Atuações abaixo do esperado

Mas a atuação dele foi muito questionada, pois o desempenho da equipe esteve muito aquém do esperado. Em 12 jogos foram 4 vitórias, 3 empates e 5 derrotas. No entanto, a péssima estreia na Libertadores, quando o Santos perdeu por 2 a 0 para o Barcelona do Equador, em plena Vila Belmiro e o mau desempenho no Campeonato Paulista geraram uma enorme pressão.

Pra piorar, após o protesto dos torcedores, Ariel ainda sofreu com mais manifestações, desta vez em frente ao apartamento onde mora. Grupos de torcedores soltaram fogos de artifício e até rojões. Isso causou incômodo e susto a Ariel Holan, que conversou com o presidente do Santos, Andres Rueda sobre a demissão.

O mandatário tentou convencê-lo de seguir no clube e ajudar no projeto de 3 anos, visando transformar o clube numa potência do futebol brasileiro. Mas, segundo pessoas próximas ao técnico argentino, além do protesto que sofreu, a falta de contratações gerou insatisfação e por isso pediu demissão.

“Ponderamos, não era o que eu queria. O pessoal confunde projeto de três anos com contrato de três anos com o treinador. Existe uma quebra de contrato de qualquer parte. Ponderamos e de comum acordo aceitamos essa situação. Tentei reverter, não teve jeito. Houve até caso de fogos no apartamento dele. Soltaram rojão. Isso o deixou de uma maneira pouco confortável. Agora de manhã estamos vendo se realmente vai ser nosso técnico com o Boca ou se não vai ser nosso técnico com o Boca. Neste sentido, o clube tem uma coisa boa, uma comissão permanente, comentou Rueda.

Busca por novo técnico

Rueda disse que agora a missão é contratar um novo treinador, mas seguindo a mesma metodologia de trabalho que vinha fazendo com Ariel Holan. “O perfil não se muda. Queremos um treinador que goste de jogar com a base, que jogue para a frente, que agregue tecnologia. Vamos fazer o possível para trazer o treinador mais rapidamente. A nossa comissão permanente existe para isso: suprir essas lacunas entre um técnico e outro”, disse Rueda.