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Área da Mata Ciliar pode ser devolvida para aeroporto de Jundiaí

Uma notificação extrajudicial foi enviada

A VOA-SP, concessionária do aeroporto de Jundiaí, anunciou nesta segunda (17) que solicitou a devolução da área onde hoje funciona a Associação Mata Ciliar. Na notificação extrajudicial, segundo a empresa, a informação é que a ONG ocupa “irregularmente” uma área de 2,98 hectares desde 2020. Ela está dentro do terreno que pertence à concessão.

A VOA-SP informa diz ainda que sugeriu à Mata Ciliar uma permuta de área. Além disso, sugere um custeio de “todas as obras necessárias de mudança e construção de novos viveiros”.

“Desde 2019, ambas as partes iniciaram diálogo para a devolução da área e remanejamento total da ONG para outro local do município. Mesmo assim, a ONG acelerou obras na área da concessionária, construindo viveiros de animais silvestres a 10 metros da avenida Emilio Antonon e a 300 metros da pista de pouso, colocando em risco a segurança aeroportuária, em desacordo com a legislação. A empresa tem constatado diariamente a presença de urubus por conta dos animais silvestres ali presentes”, destaca, em outro trecho da nota.

Ainda conforme a VOA-SP, o aeroporto existe há 80 anos naquele espaço e já se configura como um “indutor de desenvolvimento regional”. Lembra, também, que a partir do próximo dia 20 (quinta) o aeroporto começa a operar por instrumentos e irá incrementar as rotas comerciais. “A manutenção dos animais ao lado da pista de pouso e decolagem cria riscos, tanto no que tange a gerenciamento de voos quanto ao ruído aeronáutico e seu impacto na fauna em reabilitação”, ressalta, no comunicado.

A concessionária reforça ainda que tem licença de funcionamento expedida pela Cetesb e apoia ações sustentáveis, “com programas de carbono free para combustíveis, a VOA-SP se coloca à disposição para o diálogo, apoiando ações de suporte à fauna ali existentes assim como todo o meio ambiente”.

Protestos

Nos últimos dias, a Mata Ciliar tem apontado as obras que estão sendo realizadas pela VOA-SP naquela região. Vídeos e fotos foram publicadas no Facebook, cobrando apoio de autoridades e da população para o problema gerado aos animais silvestres tratados pela ONG.

Especialistas disseram que o barulho das máquinas estaria afetando os animais, causando estresse em lobos-guarás, jaguatiricas e onças-pardas. O corte do mato também expõe os recintos usados para reabilitação dos bichos.

“Pedimos à sociedade que continue intercedendo junto ao Governo do Estado de São Paulo a intervir pelos animais nesta situação”, escreveu a ONG.

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