Saúde

Uso da máscara também evita casos de sarampo

No Estado de São Paulo houve redução de notificações de novos casos envolvendo a doença

Quando se fala em uso de máscara, logo se associa à proteção contra a Covid-19. Mas ela também ajuda a evitar o contágio de outras doenças. Entre elas o sarampo, onde no Estado de São Paulo houve uma redução significativa de novos casos.

De acordo com o Governo de São Paulo, desde 2020 até 10 de agosto deste ano, a queda foi de 99,5%. Cinco casos foram registrados em todo o estado. Eles aconteceram nas cidades de São Bernardo do Campo, Campinas, Americana, Altinópolis e São Paulo.

Todos os casos ocorreram em crianças, sendo que dois foram na faixa de 6 a 11 meses, quando a aplicação da vacina tríplice viral deve ocorrer. Os outros três ocorreram com crianças na faixa de 1 a 9 anos, que também podem receber as doses, caso não tenham sido contempladas quando bebês. Nenhum deles tinha esquema vacinal completo e havia histórico de comorbidades.

Os dados também indicam que até 10 de agosto de 2020 foram 772 casos e 1 óbito. No decorrer de todo o ano, houve 883 casos, em todas as regiões do estado. Desse total, 354 casos  foram em crianças menores de 9 anos (40%), e o único óbito registrado foi também nesta faixa etária. Entre o público de 1 a 29 anos a prevalência da doença era de 38% dos casos registrados em 2020, enquanto em 2019, quando a circulação chegou a o pico, era de 80% dos 17.976 contaminados e 61% dos 18 óbitos registrados no período. Foram vacinadas 4,7 milhões de pessoas. Já em 2020, foram 2 milhões.

Contaminação e evolução

Assim como a covid-10, o sarampo é uma doença transmitida pelas gotículas de saliva com partículas do vírus dispersas em aerossol, o que favorece a transmissibilidade – cada infectado pode transmitir para até 18 pessoas. Além disso, o sarampo pode evoluir para casos graves e ocasionar complicações sérias, como pneumonia, encefalite e morte. A pessoa infectada pode apresentar tosse, coriza, olhos inflamados, dor de garganta, febre e manchas avermelhadas na pele.

“Deste modo, o uso de máscaras de proteção facial, obrigatórias emm todo o estado, o isolamento social e o incentivo à higienização das mãos e ambientes contribuiu para a redução também do sarampo”, disse a médica de Divisão de Imunização, Helena Sato. A vacina contra a doença está disponível no Brasil desde a década de 1960.

Segundo ela, a cobertura vacinal tem ficado abaixo da meta necessária entre crianças com até um ano de idade: em 2020 a cobertura foi de 85% e em 2019, foi de 91%. A meta é imunizar 95% dessa população. “Assim como ocorre com outras doenças, somente a conclusão do esquema vacinal é capaz de garantir a devida proteção. Por este motivo, pais ou responsáveis devem continuar levando as crianças aos postos de vacinação para proteção contra as doenças prevenidas pelas vacinas, e aqueles que não tomaram todas as doses necessárias na faixa etária adequada, também precisam se vacinar”, explicou a médica.

A vacina tríplice viral (primeira dose) previne contra sarampo, caxumba e rubéola. Já a tetra viral é aplicada em seguida, como uma segunda dose, e também previne a varicela. Ambas fazem parte do calendário de rotina e estão disponíveis nos postos de vacinação durante o ano todo.

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