Trabalho

Desemprego no Brasil registra queda para 14,1%

Mas ainda há mais de 14 milhões de pessoas sem trabalho

No segundo trimestre de 2021, o Brasil teve uma recuada no índice de desemprego. De 14,7% este número foi para 14,1%. A alta da empregabilidade se deve a população que optou por trabalhar por conta própria. Mas ainda é cedo para celebrar uma melhora na economia, já que 14,4 milhões ainda estão desempregados. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), informados nesta terça-feira (31).

O resultado representa uma redução de 0,6 pontos percentuais em relação à taxa de desemprego do 1º trimestre (14,7%). Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). No levantamento anterior, referente ao trimestre encerrado em maio, a taxa de desemprego ficou em 14,6%, atingindo 14,8 milhões de pessoas.

“Esse recuo na taxa foi influenciado pelo aumento no número de pessoas ocupadas (87,8 milhões), que avançou 2,5%, com mais 2,1 milhões no período”, destacou o IBGE.

Falta muito para a recuperação

Com o aumento, o nível de ocupação subiu 1,2 ponto percentual, para 49,6%, mas isso ainda indica que menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país. No trimestre terminado em dezembro de 2019, eram 94,5 milhões de ocupados no país – 6,7 milhões a mais que o contingente atual.

Embora o número de desempregados tenha caído em cerca de 400 mil entre o primeiro e o segundo trimestre deste ano, na comparação com junho do de 2020 ele aumentou em 1,6 milhão de pessoas – um crescimento de 12,9% em um ano.

Ainda de acordo com a pesquisa:

  • Em um ano, aumentou em 1,6 milhão o número de desempregados no país;
  • No mesmo período, população a ocupada aumentou em 4,4 milhões de pessoas;
  • 71% das novas ocupações foram de trabalhadores por conta própria;
  • Trabalho por conta própria bateu recorde, atingindo 24,8 milhões de trabalhadores;
  • O rendimento médio dos trabalhadores foi de R$ 2.515, o que representa uma queda de 3% frente ao 1º trimestre e redução de 6,6% na comparação anual;
  • Número daqueles que trabalham menos horas do que poderiam trabalhar atingiu recorde de 7,5 milhões de pessoas, um aumento de 34,4% na comparação anual;
  • Os desalentados somaram 5,6 milhões, um recuo de 6,5% em relação ao 1º trimestre;
  • A população subutilizada somou 32,2 milhões de pessoas;
  • A taxa de informalidade foi de 40,6% da população ocupada, contra 36,9% há 1 ano;
  • A construção foi o segmento com maior crescimento da ocupação, com 1 milhão de novos trabalhadores;
  • A taxa de desemprego foi de 11,7% para homens e 17,1% para mulheres, e ficou abaixo da média para brancos (11,7%) e acima para pretos (16,6%) e pardos (16,1%).

Recorde no trabalho por conta própria

Na comparação com o trimestre terminado em junho do ano passado, aumentou em 4,4 milhões o número de trabalhadores ocupados no mercado de trabalho brasileiro. Dentre eles, 3,1 milhões ingressaram como trabalhadores por conta própria.

Diante disso, o trabalho por conta própria bateu recorde no país, atingindo 24,8 milhões de trabalhadores, o que corresponde a 28,3% de toda a população ocupada. De cada 10 novos postos de trabalho gerados no país no último ano, 7 foram por conta própria.

Embora mais intenso entre o trabalho por conta própria, o aumento da população ocupada ocorreu de forma disseminada entre os demais tipos de ocupação. As exceções foram entre os trabalhadores no setor público e os empregadores, únicos a registrarem queda no número de ocupados em um ano.

Faltam oportunidades para 32,2 milhões

O levantamento do IBGE mostrou ainda que faltavam oportunidades no mercado para cerca de 32,2 milhões de trabalhadores. Este contingente forma o que o instituto classifica como trabalhadores subutilizados.

Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, aumentou em 264 mil o número de trabalhadores nesta condição. Já na comparação com o primeiro trimestre do ano, esse contingente foi reduzido em quase um milhão de pessoas.

Formam o contingente de subutilizados:

  • 14,4 milhões de desempregados (1,6 milhão a mais que em junho de 2020): pessoas que não trabalham, mas procuraram empregos nos últimos 30 dias;
  • 7,4 milhões de subocupados (1,9 milhão a mais que em junho de 2020): pessoas que trabalham menos de 40 horas por semana, mas gostariam de trabalhar mais;
  • 10,2 milhões de pessoas na força de trabalho potencial (3,3 milhões a menos que em junho de 2020), composta por pessoas que poderiam trabalhar mas não trabalham: este grupo inclui 5,6 milhões de desalentados (100 mil a mais que em junho de 2020), ou seja, que desistiram de procurar emprego, e outras 4,6 milhões que podem trabalhar, mas que não têm disponibilidade por algum motivo, como mulheres que deixam o emprego para cuidar os filhos.

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