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Com direito a pentacampeonato, Brasil bate o recorde de medalhas de ouro nas Paralimpíadas

Apesar disso, tem polêmica envolvendo a retirada de medalha dourada

Um sábado (4) para ficar na história do esporte brasileiro. Nas Paralimpíadas de Tóquio, o Brasil chegou ao seu recorde de medalhas de ouro conquistadas em uma edição de Jogos Paralímpicos. São 22 ao todo desde o início da participação. O destaque foi para o Futebol de 5, onde o país manteve  hegemonia e faturou o pentacampeonato da modalidade vencendo a Argentina na final.

O penta veio em uma partida bastante tensa contra os argentinos. A primeira grande chance de gol surgiu com pouco mais de um minuto de jogo. Após sofrer falta, o argentino Espinillo a cobrou com força e exigiu uma ótima defesa do goleiro brasileiro Luan. Um minuto mais tarde, os argentinos deram outra finalização, com Deldo, novamente parada por Luan.

Créditos: Divulgação/CPB

O Brasil começou a reagir quando, com quatro minutos jogados, Paraná driblou três adversários e saiu na cara gol. Ele conseguiu chutar, mas um pouco mascado, mas o tiro cruzado pegou na trave e voltou nas mãos de Lencina. A essa altura do primeiro tempo, com quase dez minutos decorridos, a seleção parecia se sentir mais à vontade depois de um início nervoso.

Na volta do intervalo, quem deu as caras foi outro personagem influente em partidas de futebol de 5: a chuva. Não tão forte quanto a da semifinal contra o Marrocos, mas suficiente para mudar a dinâmica em relação ao primeiro tempo. Ainda assim, foi o suficiente para garantir mais um ouro no futebol, o penta campeonato e com um detalhe: sem ter perdido um jogo na história das Paralimpíadas.

Ouro inédito

Fernando e Giovane celebram as medalhas conquistadas. Créditos: Divulgação/CPB

Antes do futebol de 5, o Brasil havia garantido uma medalha de ouro. Ela veio na canoagem de velocidade, categoria VL2. Fernando Rufino fez a sua estreia em Jogos Paralímpicos, já que na Rio 2016, ficou de fora devido a um problema cardíaco. O sonho só foi adiado e ele veio como um dos favoritos.

Na decisão Fernando fez o tempo de 53,077s, e dessa forma o brasileiro venceu a decisão, seguido por Steven Haxton (EUA) e Norberto Mourão (POR). O também brasileiro Luis Carlos Cardoso terminou na 7ª posição.

Ainda na canoagem, veio mais uma medalha para o Brasil. Giovane Vieira da Paula conquistou a prata na final do VL3. O ouro foi do australiano, e grande favorito, Curtis McGrath. Stuart Wood, da Grã-Bretanha, completou o pódio.

Polêmica perda do ouro

Só que o sábado não foi só de alegria para o Brasil. O motivo? A troca de medalhas que Thiago Paulino teve. O brasileiro terminou a prova arremesso de peso classe F57 como campeão paralímpico. No entanto, ele ficou com o bronze na hora do pódio. Thiago teve seu ouro retirado após uma revisão da organização do evento apontando uma irregularidade eu seu arremesso vencedor. Após o ocorrido, o atleta desabafou nas redes sociais.

Créditos: Divulgação/Getty Images.

Por isso a medalha de ouro, que considero ser nossa, do Brasil, por direito, não está em nossas mãos.

O brasileiro não teve direito à contestação, e nem mesmo soube qual a irregularidade que teria sido detectada. De acordo com o relato de Paulino a equipe brasileira teria revisto a prova e não conseguiu encontrar o erro do atleta.

“Como nada em minha vida nunca foi fácil, mais uma vez levei um golpe e muito forte!! Não encontramos irregularidades em meus arremessos, mas de alguma forma a organização encontrou”.

Outras medalhas

O parataekondo estreou nos Jogos Paralímpicos e o Brasil teve 100% de aproveitamento na presença no pódio. Após o ouro de Nathan Torquato e o bronze de Silvana Fernandes, chegou a vez de Débora Menezes também ganhar uma medalha.

Créditos: Divulgação/CPB.

Na categoria de até 58 Kg da classe K44, para lutadores com deficiências nos membros superiores, a única classe presente nos Jogos de Tóquio. Ela venceu a mexicana Daniela Mariscal e a ucraniana Yuliya Lypetska para chegar à decisão e acabou perdendo a final por 8 a 4 diante da uzbeque Guljonoy Naimova. Dessa forma garantiu a prata.

O atletismo teve dobradinha brasileira no pódio. Nos 200m rasos T11, para atletas cegas, Thalita Simplício ficou com a prata após perder da chinesa Cuiqing Liu por uma diferença de quatro milésimos de segundo. E nos 400m rasos T47, para corredores com deficiências nos membros superiores, Tomaz Moares foi prata quebrando o recorde das Américas, com 47s87, e Petrúcio Ferreira, campeão dos 100m, foi bronze com 48s04. O ouro e o recorde mundial de 47s38 foi para o marroquino Ayoub Sadni.

Além disso, veio uma medalha de bronze com Ricardo Gomes nos 200m rasos T37, para paralisados cerebrais. Ele fez a melhor marca da carreira para chegar ao pódio, com 22s62. por fim, no vôlei sentado, Brasil disputou dois bronzes no vôlei sentado e subiu ao pódio uma vez na modalidade. A seleção feminina repetiu a posição da Rio 2016 e foi bronze ao vencer o Canadá por 3 sets a 1 neste sábado. Jani foi o destaque brasileiro e maior pontuadora da disputa pela medalha, com 18 acertos.

A seleção masculina também manteve a posição da Rio 2016, só que fora do pódio. Os brasileiros perderam por 3 sets a 1 de virada diante da Bósnia Herzegovina na disputa do bronze.

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