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Jogadores da Seleção Argentina são investigados pela Polícia Federal

Partida entre Brasil e Argentina teve intervenção da Anvisa e cancelada

O jogo entre Brasil e Argentina, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo do Qatar, que praticamente não aconteceu ainda está rendendo. Depois da Agência Nacional de Vigilância Sanitária exigir que quatro jogadores estavam irregulares e não poderiam jogar, agora a Polícia Federal investiga o caso de falsidade ideológica entre os jogadores argentinos.

Os atletas Emiliano Martínez, Buendía, Cristian Romero e Giovani Lo Celso prestaram informações falsas para as autoridades brasileiras sobre os locais onde eles haviam passado nos últimos dias antes de entrarem no país. Essa investigação é criminal porque há suspeita da prática de crime.

Um inquérito foi aberto ainda no domingo (5), após a suspensão do jogo entre Brasil e Argentina. A investigação será conduzida pela delegacia da PF no aeroporto de Guarulhos porque foi por onde eles entraram no Brasil. Além disso, os jogadores são alvo de uma investigação por descumprimentos de medidas sanitárias em decorrência da pandemia, que é considerada uma infração administrativa.

A Polícia Federal chegou a informar que os jogadores e a comissão técnica da Argentina já tinham conhecimento prévio. Assim, eles não poderiam ter ido ao estádio. E mesmo assim o fizeram, desprezando as informações da portaria que rege as liberações de entrada no Brasil.

Eles foram notificados a deixar o Brasil na noite do domingo (5) e, segundo a Polícia Federal, não foram deportados. Os jogadores já deixaram o Brasil e desembarcaram na Argentina. Os argentinos foram ouvidos por policiais federais no pavilhão de autoridades, na área interna do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos. Não houve depoimento formal, apenas foram ouvidos sem serem averiguados.

Nota da Anvisa

A Anvisa divulgou uma nota sobre a suspensão do jogo entre Brasil e Argentina. O órgão afirmou que cumpriu as leis sanitárias brasileiras e tentou barrar a ida dos quatro jogadores ao estádio. A Anvisa explica que tentou estabelecer a quarentena desses quatro jogadores desde sábado (4).

Leia na íntegra:

“Desde a tarde deste sábado (4/9), a Anvisa, em reunião ocorrida com a participação de representantes da CONMEBOL, CBF e da delegação argentina recomendou a quarentena dos quatro jogadores argentinos, ante a confirmação de que os jogadores prestaram informações falsas e descumpriram, inequivocamente, a Portaria Interministerial nº 655, de 2021, a qual estabelece que viajantes estrangeiros que tenham passagem, nos últimos 14 dias, pelo Reino Unido, África do Sul, Irlanda do Norte e Índia, estão impedidos de ingressar no Brasil.

Neste domingo, pela manhã, a Anvisa acionou a Polícia Federal a fim de que as providências no âmbito da autoridade policial fossem adotadas de imediato.

No exercício de sua missão legal, a Anvisa perseguiu, desde o primeiro momento, o cumprimento à legislação brasileira. Nesse caso, se restringia à segregação dos quatro jogadores envolvidos e a adoção das medidas sanitárias correspondentes.

Desde o instante em que tomou conhecimento da situação irregular dos jogadores – no mesmo dia da chegada da delegação – a Anvisa comunicou o fato às autoridades brasileiras em saúde, por meio do CIEVS – o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde.

Por força dessa comunicação, ainda na tarde do sábado, ocorreu a reunião já referida envolvendo o Ministério da Saúde, secretaria estadual de saúde de São Paulo, representantes da CONMEBOL, CBF e da delegação argentina. Nessa reunião, a Anvisa, em conjunto com a autoridade de saúde local, determinou, no curso da reunião, a quarentena dos jogadores.

Segunda parte

Cabe esclarecer que os jogadores entraram no Brasil às 8h do dia 3/9, prestando informações falsas. Neste mesmo dia, a Anvisa identificou que as informações eram falsas e ainda na noite do dia 3/9, a Anvisa notificou o CIEVS, atualizou as autoridades de Saúde (Ministério da Saúde e a Secretaria de Saúde de São Paulo).

No dia 4/9, às 17h, foi realizada a reunião com as instituições envolvidas, na qual a Anvisa e autoridade saúde de São Paulo informaram a contingência de quarentena. No entanto, mesmo depois da reunião e da comunicação das autoridades, os jogadores participaram de treinamento na noite do sábado.

Na manhã deste domingo, a Anvisa notificou a Polícia Federal, e até a hora do início do jogo envidou esforços, com apoio policial, para fazer cumprir a medida de quarentena imposta aos jogadores, sua segregação imediata e condução ao recinto aeroportuário. As tentativas foram frustradas, desde a saída da delegação do hotel, e mesmo em tempo considerável antes do início do jogo, quando a Anvisa teve sua atuação protelada já nas instalações da arena de Itaquera.

A ação da Anvisa, em síntese, se limitou a buscar o cumprimento das leis brasileiras, o que se limitaria à segregação dos jogadores e as suas respectivas autuações.

A decisão de interromper o jogo nunca esteve, nesse caso, na alçada de atuação da Agência. Contudo, a escalação de jogadores que descumpriram as leis brasileiras e as normas sanitárias do país, e ainda que prestaram informações falsas às autoridades, essa assim, sim, exigiu a atuação da Agência de estado, a tempo e a modo”, diz o texto.

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