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Falta de ferro afeta uma a cada duas gestações, aponta estudo

Um estudo da Universidade de Toronto, mostra sobre o perigo da falta de ferro para as gestantes.

Um estudo da Universidade de Toronto, no Canadá, mostra que uma em cada duas gestações é afetada pela deficiência de ferro. Publicado no periódico científico Blood Advances, ele indica ainda que muitas mulheres não realizam exames para identificar a falta desse mineral no organismo.

Para chegar a essa conclusão, os cientistas analisaram os exames de 44 552 grávidas. Elas realizaram, entre 2013 e 2018, testes pré-natais em laboratórios na província canadense de Ontário. Isso para descobrir com qual frequência o teste de ferritina — que determina as reservas de ferro no corpo — era oferecido.

Os especialistas observaram então que 40% das pacientes não se submeteram ao exame. Entre as mulheres que recorreram a ele, a maioria o fez perto da primeira consulta do pré-natal, quando o risco de deficiência de ferro é mais baixo.

A deficiência de ferro

A deficiência de ferro durante a gestação é um problema comum entre as grávidas, inclusive no Brasil. O principal motivo é o aumento da necessidade pelo mineral nessa fase da vida.

“Para atender demandas maternas e do feto, o organismo precisa absorver muito ferro”, diz o ginecologista Oscar Duarte, especialista em Reprodução Humana pela Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).

Durante a gravidez, o volume de sangue na mulher aumenta em cerca de 50% e a quantidade de glóbulos vermelhos, em até 25%. Essa produção adicional exige ferro e além disso, o nutriente participa do crescimento da placenta, do feto e da própria fabricação de sangue do bebê.

O especialista destaca que a deficiência de ferro no Brasil, assim como naquele trabalho canadense, está ligada a fatores socioeconômicos. Um estudo de 2011 da Universidade de São Paulo ressaltou que a anemia ferropriva — uma carência de glóbulos vermelhos provocada pela falta do mineral —, é mais prevalente em regiões mais pobres do país: 7% na região Sul, 17% na Sudeste, 32% na Norte e 37% na Nordeste.

Nesse mesmo artigo, os autores demonstraram que, após a fortificação da farinha de trigo com ferro, a taxa de anemia caiu de maneira significativa em todas as regiões — na média, de 25% para 20%.

“A anemia ferropriva pode promover parto prematuro, cansaço, fraqueza, confusão mental, depressão pós-parto e fadiga na gestante. No recém-nascido, aumenta o risco de baixo peso ao nascer e atrasos no desenvolvimento neurológico infantil”, alerta Stephani Caser, ginecologista e obstetra pelo Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (IAMSPE).

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