Apoiadores de Bolsonaro reclamam da reportagem da IstoÉ
Na edição, o presidente é taxado de genocida e caracterizado como Hitler
A edição de outubro da Revista IstoÉ sobre o presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) rendeu polêmica e uma série de críticas de políticos e apoiadores. A capa da revista mostra o presidente sendo chamado de genocida e caracterizado como Adolf Hitler, líder nazista na Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial (1936-1945).
Apoiadores fazem uma série de críticas à IstoÉ devido a reportagem. E a bronca chegou até mesmo ao Governo Federal. O Ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD) externou publicamente o que pensa a respeito da decisão tomada pela publicação. De acordo com ele, a capa desta semana da revista é “criminosa e inescrupulosa”.
O titular do Ministério das Comunicações enfatizou que repudia o material que circula nas bancas e nas redes sociais desde a última sexta-feira, 15. “Estamos em processo de pacificação e somos surpreendidos com essa capa asquerosa. Que os órgãos competentes adotem as medidas legais cabíveis!”, afirmou Faria em seu perfil no Instagram (e também via Twitter). Dessa forma, deu a entender que espera que a revista seja punida pelo material crítico a Bolsonaro. Até o momento, a postagem conta com quase 30 mil curtidas e 8 mil comentários.
Entenda a reportagem
Disponibilizada também na internet, a matéria de capa da atual edição da revista IstoÉ é assinada por Marcos Strecker e Ricardo Chapola. Além de apresentar Jair Bolsonaro como se fosse o líder nazista Hitler e chamá-lo de “genocida” e “mercador da morte”, o título interno da reportagem define-o como “arquiteto da tragédia”.
O conteúdo em si do material foca no relatório que deverá ser apresentado nos próximos dias pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Pandemia. Informa-se, por exemplo, que o presidente da República deverá ser “enquadrado por 11 delitos”. Na lista, estão publicidade enganosa, charlatanismo e homicídio doloso.
Mais críticas
O presidente Jair Bolsonaro não se manifestou sobre a publicação da IstoÉ. Entretanto, outros políticos também ficaram irritados com a reportagem.
O deputado federal Guiga Peixoto (PSL-SP) aderiu à hashtag #istoelixo, que neste fim de semana chegou a ser um dos assuntos mais populares entre usuários brasileiros do Twitter. Para o parlamentar, o semanário da Editora Três transformou-se em veículo de comunicação parcial e sem credibilidade. Ao fazer tal afirmação, ele resgatou capa em tom elogioso ao governador de São Paulo e postulante ao Palácio do Planalto, João Doria (PSDB).
Integrante do PRTB e deputado estadual de Minas Gerais, Bruno Engler usou a #istoelixo para fazer um questionamento. Ele levantou a possibilidade de repercussão da capa da IstoÉ caso um membro do Supremo Tribunal Federal fosse a figura comparada a Hitler. “Imagine o que iria acontecer com a revista IstoÉ se fosse um ministro do STF. Essa é a nossa imprensa ‘isenta’”, lamentou o político.
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