Rebeca Andrade faz história no Mundial de Ginástica sendo a primeira a ganhar duas medalhas
Ginasta campeão olímpica faturou um ouro e uma prata numa mesma edição
Rebeca Andrade é o nome do momento no esporte brasileiro, mas porque não falar no esporte mundial. A ginasta brasileira brilhou em Kitakyushu, onde acontece o Mundial de Ginástica. Ela foi a primeira brasileira a conquistar duas medalhas numa mesma edição da competição, com direito a um ouro no salto e uma prata nas barras assimétricas.
Com a conquista, Rebeca entrou para um hall de medalhistas brasileiros em Mundiais, se juntando a Daiane dos Santos, Daniele Hypolito, Jade Barbosa, Diego Hypolito, Arthur Zanetti e Arthur Nory. Mas o número de medalhas dela pode aumentar ainda mais. Tudo porque Rebeca vai disputar no domingo (5) a decisão da trave.
Na prova do salto, a brasileira praticamente cravou seus dois voos, um Cheng (15,133 pontos) e um Yurchenko com dupla pirueta (14,800) para ficar com uma média de 14,966 pontos. Foram os dois melhores saltos da decisão, o que fez a brasileira ter quase um ponto de vantagem para a segunda colocada, a italiana Asia D’Amato, com 14,083. A russa Angelina Melnikova completou o pódio, com 13,966.
Já nas barras assimétricas, Rebeca não conseguiu fazer uma ligação de movimentos que tinha executado na classificatória. Ainda assim a boa execução fez a diferença, inclusive no critério de desempate com a chinesa Luo Rui, ambas com 14,633 pontos. A também chinesa Wei Xiaoyuan ficou com o título, com 14,733 pontos.
O ouro no salto
Rebeca Andrade era a principal favorita a conquistar o ouro na prova. Ela foi a ginasta que apresentou os saltos mais difíceis na classificatória e liderou com quase meio ponto de vantagem. Não bastassem todas essas credenciais, a brasileira foi parâmetro na decisão também por ter sido a segunda a se apresentar. E colocou o sarrafo bem alto.
Rebeca foi a única a saltar um Cheng, que na linguagem da ginástica é salto mais difícil executado em Kitakyushu. Foram 13 passos até o voo praticamente perfeito para conseguir 15,133 pontos. Nem precisou dificultar o segundo salto como fez na final das Olimpíadas e apresentou um Yurchenko com dupla pirueta quase cravado, só um pequeno passinho para receber 14,800 pontos. A média 14,966 pontos foi maior até do que a da classificatória. O ouro era questão de tempo.
Sem sustos, a campeã olímpica esperou outras seis ginastas para conhecer as companheiras de pódio. Nenhuma adversária apresentou saltos tão difíceis ou tão bem executados quanto os de Rebeca. As três últimas ginastas eram as que estavam menos distantes da brasileira.
A italiana Asia D’Amato conseguiu média de 14,083. Também finalista olímpica do salto e campeã do individual geral em Kitakyushu, a russa Angelina Melnikova teve dificuldades na aterrissagem do segundo voo e ficou com 13,966. A holandesa Elisabeth Geurts era favorita à prata, mas fechou a prova com uma queda e acabou na oitava posição (13,349).
A prata nas barras
Em seu aparelho favorito, Rebeca novamente entrou como forte candidata ao ouro por ter liderado a classificatória com 15,100 pontos. Foi a segunda a se apresentar, logo depois da principal adversária. A chinesa Wei Xiaoyuan abriu muito bem a prova com uma série muito difícil e conseguiu 14,733 pontos. Rebeca, na sequência, fez uma série de melhor execução, mas não conseguiu fazer uma ligação de movimentos que apresentou na classificatória, o que a fez ter 0,4 a menos de dificuldade em relação a classificatória. Ainda assim, a brasileira somou 14,633 pontos, se posicionando na briga por medalhas.