A farmacêutica Pfizer anunciou nesta terça-feira (16), o acordo de licença voluntária que vai permitir a fabricação e fornecimento de genéricos do comprimido para a Covid-19. Assim, os fabricantes de genéricos que ao redor do mundo que obtenham uma sub-licença poderão manufaturar o remédio e fornecê-lo a 95 países.
Só que o Brasil não está nesta lista e dessa forma, terá de comprar o medicamento diretamente da Pfizer, provavelmente a preços mais altos do que os das versões genéricas. O coordenador da campanha da ONG Médicos Sem Fronteiras, Felipe Carvalho, informou ao jornal americano “The New York Times“, criticou a exclusão do Brasil.
“É escandaloso que um país com uma carga pesada [na pandemia] como o Brasil seja mais uma vez deixado para trás no acesso ao tratamento”, disse Carvalho. Até segunda-feira (15), o país já havia registrado 611.384 mortes pela Covid-19.
Carvalho lembrou que, embora o Brasil seja considerado de um país de renda média alta, 75% dos brasileiros dependem exclusivamente do SUS – e poucos podem pagar por tratamentos caros. Só que além do Brasil, outros países como Líbia, China, Cuba, Iraque, Rússia e Jamaica, também foram excluídos do acordo.
Os fabricantes de genéricos têm até 6 de dezembro para manifestar interesse em fabricar o remédio; fabricantes brasileiros poderão participar, mas suas “versões” do medicamento só poderão ser exportadas – e não vendidas para o mercado nacional, segundo a “Associated Press”.
Entenda o comprimido Paxlovid
No início do mês, a empresa havia anunciado que seu comprimido experimental contra a Covid-19, o Paxlovid, reduziu o risco de hospitalização ou morte pela doença em 89%. O remédio é usado em combinação com o ritonavir, um antiviral usado para o tratamento do HIV. Testes com o medicamento no Brasil começaram na semana passada.
No fim de outubro, a farmacêutica Merck – conhecida no Brasil como MSD – também anunciou um acordo para fabricação de genéricos de seu comprimido contra a Covid-19, o molnupiravir. O acordo deve facilitar o acesso de 105 países de baixa e média renda ao medicamento, mas o Brasil também não foi incluído na lista.
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