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Fim da era de Roman Abramovich como dono do Chelsea

Em meio à crise da Rússia por causa da Ucrânia, o biolionário russo entregou o cargo

Quando se fala em clubes terem donos, ao invés de presidentes, o Chelsea logo é lembrado, especialmente por causa de Roman Abramovich, biolionário russo, que comprou o clube em 2003. Mas neste sábado (26), após várias conquistas de Campeonato inglês, Copas da Liga Inglesa e da Inglaterra, Liga dos Campeões e o Mundial de Clubes, acabou a era Abramovich. Ele entregou o cargo.

A saída de Roman Abramovich ocorre após muita pressão da opinião pública britânica sobre sua relação próxima a Vladimir Putin, presidente da Rússia. Mas mesmo com a reação negativa, o agora ex-dono do Chelsea não cita nenhuma questão envolvendo a guerra entre russos e ucranianos para sua bombástica decisão. O governo britânico tinha anunciado na quinta-feira sansões contra empresários russos após o início da invasão à Ucrânia.

“Durante meus quase 20 anos de posse do Chelsea FC, sempre considerei meu papel como guardião do clube, cujo trabalho é garantir que sejamos tão bem-sucedidos quanto podemos ser hoje, bem como construir para o futuro, ao mesmo tempo desempenhando um papel positivo em nossas comunidades. Sempre tomei decisões com o melhor interesse do clube no coração. Continuo comprometido com esses valores. É por isso que hoje estou dando aos curadores da Fundação de caridade do Chelsea a administração e os cuidados do Chelsea FC. Acredito que atualmente eles estão na melhor posição para cuidar dos interesses do Clube, jogadores, funcionários e torcedores”, diz a nota publicada no site oficial do Chelsea.

Conheça a história

Em 2003, o Chelsea, até então era um clube de pouca expressão no futebol inglês, que antes era dominado por Manchester United, Liverpool e Arsenal. Foi aí que Roman Abramovich apareceu, comprou o clube e investiu mais de 2 bilhões de libras.

Os resultados nestes 19 anos foram os melhores para o Chelsea. A equipe venceu 5 Campeonatos Ingleses, 5 Copas da Inglaterra, 3 Copas da Liga Inglesa e duas Supercopas da Inglaterra no cenário nacional. Já em âmbito internacional, os Blues ganharam duas Liga dos Campeões da Europa, duas Liga Europa, uma Supercopa da UEFA e por último o Mundial de Clubes da FIFA.

Polêmicas

Apesar de todo este sucesso no âmbito esportivo, Roman Abramovich sempre foi visto com desconfiança por diigentes e também por políticos. O deputado Chris Bryant, do Partido Trabalhista do Reino Unido, revelou na quinta-feira documentos de 2019 do governo britânico que ligavam Abramovich ao governo de Vladimir Putin. O membro do Parlamento pediu na Câmara dos Comuns que o empresário fosseremovido do clube inglês. Esta seria parte das sanções contra a Rússia pela invasão à Ucrânia.

O parlamentar britânico disse que o bilionário Abramovich já admitiu em processos judiciais que pagou por influência política. Além disso, ele teria vínculos com o Estado russo e associação com atividades e práticas corruptas. Ele seria um dos 35 oligarcas identificados pela oposição na Rússia como do círculo de apoio de Putin.

Um dia antes do pedido do parlamentar, o jornal “The Sun” publicou uma matéria informando que Roman Abramovich estaria impedido de morar no Reino Unido, com funcionários da Imigração britânica com instruções para garantir que ele não conseguisse o visto necessário. Essa reportagem motivou a manifestação do parlamentar Chris Bryant.

O bilionário russo retirou um pedido de visto para o Reino Unido em 2018. No mesmo ano, ele adquiriu cidadania israelense, que lhe permite permanecer na Grã-Bretanha por até seis meses. Ele foi visto em Londres em outubro do ano passado. O primeiro-ministro Boris Johnson declarou que Abramovich não foi alvo de medidas direcionadas.

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