Meio Ambiente

Raia é encontrada morta e com máscara facial em praia de Guarujá

De acordo com o Gremar, o acessório teria prejudicado o animal de se alimentar e de nadar

Uma raia morta e com uma máscara facial de proteção contra a Covid-19 foi enconrtrada em uma praia de Guarujá. Especialistas foram acionados para recolher o animal e fizeram o alerta para o descarte ideal do objeto.

O Instituto Gremar foi acionado e encontrou a raia durante ação em conjunto com o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS). O caso aconteceu no último dia 2 de fevereiro na Praia da Enseada. A raia estava com a máscara de proteção contra a Covid-19 presa no focinho e ela provocou lesões.

Segundo a bióloga Rosane Farah, do Instituto Gremar, é provável que o animal tenha se prendido acidentalmente à máscara. “O próprio elástico ficou preso ao focinho, e ela deixou de se alimentar, e provavelmente foi isso que levou à morte do animal, além de impossibilitar a natação dele. Ele não conseguiu se locomover, porque tinha algo preso ao corpo dele”, explica.

A raia

A espécie encontrada morta é popularmente chamada de raia-viola ou raia-viola-de-focinho-longo. É um elasmobrânquio da família Rhinobatidae, comum na Baixada Santista. Segundo a bióloga, o animal era um macho adulto. A espécie é protegida, sendo proibida a pesca ou comercialização, por estar ameaçada de extinção. O animal foi recolhido da praia e será utilizado em pesquisas.

Este foi o primeiro registro de um animal que morreu após ficar preso a uma máscara facial na Baixada Santista. Em setembro de 2020, o Instituto Argonauta registrou o caso de um pinguim-de-magalhães que morreu ao ingerir material semelhante em Juquehy. Um laudo apontou que havia uma máscara facial embrulhada no intestino do animal.

De acordo Rosane, apesar de não haver mais relatos de mortes dessa forma, os técnicos do Gremar já têm observado o descarte de máscaras cirúrgicas e de pano nas praias do litoral paulista. As duas são prejudiciais ao meio ambiente.

A máscara preta encontrada no focinho da raia era feita de tecido. Ela é mais sustentável, segundo Rosane, porque pode ser lavada e reutilizada. As máscaras cirúrgicas, por sua vez, permanecem contaminadas e não podem ser usadas novamente. Elas acabam sendo produzidas aos milhões, e após sua utilização, é transformada em lixo tóxico. De acordo o Instituto Conservação Costeira (ICC), uma máscara descartável, dependendo da composição, pode demorar até 450 anos para se decompor.

LEIA TAMBÉM

Homem ataca jornalistas da Globo com corrente de prender cachorro

Mostrar mais

Artigos relacionados

Deixe um comentário

Botão Voltar ao topo
Don`t copy text!

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios