Desfile das Escolas de Samba de São Paulo voltam a ser realizados após dois anos
Sete agremiações irão passar levando brilhantismo no Anhembi
É hora dos foliões matarem a saudade de um bom Carnaval. Mesmo fora de época, São Paulo vai promover nesta sexta-feira (22), o Desfile das Escolas de Samba no Sambódromo do Anhembi. Para isso, sete agremiações do Grupo Especial estarão desfilando. Antes delas, grupos de acessos também já desfilaram e mostraram muito samba no pé após dois anos sem samba em virtude da pandemia.
De acordo com a Liga das Escolas de Samba, os quatro dias de desfiles (os grupos de acessos desfilaram no dia 16 e 21 de abril) atraem mais de 110 mil espectadores, além dos cerca de 30 mil componentes de escolas. Mais sete escolas desfilam neste sábado (23). O encerramento do ciclo carnavalesco será no dia 29 de abril, com o Desfile das Campeãs.
A ordem dos desfiles
Na sexta-feira (22), a Acadêmicos do Tucuruvi abre a passagem das agremiações com o samba-enredo Carnavais… De lá pra cá, o que mudou? Daqui pra lá, o que será?. A proposta é refletir sobre o passado, o presente e o futuro do carnaval. A música é uma composição de Diego Nicolau, Marcelo Chefia, Rodrigo Minuetto, Rodolfo Minuetto e Leonardo Bessa. A escola, fundada em 1976, tem à frente os carnavalescos Dione Leite e Fernando Dias.
Às 23h45, a Colorado do Brás traz para a avenida a história da escritora negra Carolina Maria de Jesus, autora do livro Quarto de Despejo: diário de uma favelada. Com versos do samba-enredo Carolina – A cinderela negra do Canindé foram compostos por Thiago Sukata, Turko, Rafa do Cavaco, Claudio Mattos, Maradona, Valêncio, Luan e Thiago Meiners. O desfile da Colorado terá uma Rainha LGBTQIA+, Camila Prins.
A Mancha Verde entra na passarela às 0h40, abrindo a madrugada, e canta o Planeta Água. O samba exalta Iemanjá, orixá das águas salgadas, e destaca a água como um bem essencial à vida em todo o seu ciclo. A escola foi vice-campeã do carnaval em 2020.
Desfiles da madrugada
O enredo da Tom Maior junta as reflexões do livro O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry, à realidade do sertão nordestino. O Pequeno Príncipe no Sertão é o nome do enredo que será desenvolvido pelo carnavalesco Flávio Campello. A ideia é manter a mensagem original da obra, mas com adaptações que trazem os personagens e as cores do Nordeste brasileiro. A escola entra no sambódromo à 1h45.
A Unidos de Vila Maria é a quinta agremiação a desfilar, às 2h50. O mote para o samba de 2022 nasce com reflexões sobre a pandemia e a “necessidade de analisar e repensar a vida ao longo dos anos, fazendo assim uma viagem até os dias de hoje”, conforme explica na sinopse do desfile o carnavalesco Cristiano Bara. Essa análise resultou no samba-enredo O Mundo Precisa de Cada Um de Nós. A Vila é Porta-Voz.
A Acadêmicos do Tatuapé entra na avenida às 3h55 para narrar a história do café no Brasil a partir da figura do Preto Velho, uma entidade de religiões de matriz africana. Preto Velho Conta a Saga do Café num Canto de Fé é o título do samba-enredo que tem Celsinho Mody como intérprete. Wagner Santos é o carnavalesco da escola.
Quem fecha o desfile, às 5h, é a escola Dragões da Real, que homenageia o cantor Adoniran Barbosa. “Dá licença de contar, no raiar dessa manhã, que essa gente feliz: É Adoniran! Na passarela, o povo diz no pé! Nóis vai sambando até quando Deus quiser”, são alguns dos versos do samba-enredo. É o carnavalesco Jorge Silveira quem vai contar essa história na passarela.
Segurança
Em relação à segurança das estruturas que integram os desfiles, a Liga Independente das Escolas de Samba informou que recebeu integrantes do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo, na semana passada, no sambódromo, para uma vistoria nas alegorias que vão para a avenida.
Na ocasião, a Liga-SP entregou as Anotações de Responsabilidade Técnica, um documento emitido pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura para certificar que os projetos foram conduzidos por profissionais habilitados, garantindo a segurança de todos os envolvidos nos desfiles.
Saúde
São Paulo promove, durante os desfiles deste carnaval fora de época por conta da pandemia, mais uma edição da campanha Camisinha na Folia, no camarote da prefeitura no Sambódromo do Anhembi. Na 20ª edição, 30 mil preservativos serão distribuídos até domingo (24). A ação visa conscientizar e disponibilizar meios de prevenção ao HIV, vírus, causador da Aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
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