O morador e o turista de Jundiaí estavam com saudades de entrar no Museu Ferroviário, localizado no Complexo Fepasa. Mas a espera terminou e o local será reaberto no dia 26 de agosto, segundo informa a Unidade de Gestão de Cultura (UGC).
A pasta informa que o Museu passou por revitalização completa nos últimos meses. Entre as intervenções houveram a manutenção do piso, pintura, instalação de iluminação cênica, além da reorganização e higienização do acervo.
“A reinauguração do espaço fará parte da Semana do Novo Complexo do Mês do Patrimônio Histórico e Cultural, uma programação especial de entregas do governo para o Complexo, com anúncios de investimentos e novas intervenções, que se somarão aos que já têm sido feitos pela Prefeitura desde a transferência da Cultura para cá em 2017”, explicou o gestor da UGC, Marcelo Peroni.
Paulo Vicentini, diretor do Departamento de Museus da UGC, ao qual o Museu é vinculado, contextualiza a reinauguração. “A reabertura do Museu vem na contramão do cenário nacional dos museus arquivos históricos. Inicialmente, centramos as atenções, como nosso principal desafio, no Solar do Barão, que continuará recebendo investimentos, mesmo com seus principais gargalos equacionados. Mas agora, o Museu Ferroviário também passa por sua recomposição técnica, digna de sua relevância nacional, e também internacional, em vista de sua relação com a sociedade e da importância do universo ferroviário na circunscrição de Jundiaí.
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A exposição da reabertura terá como tema “A Ferrovia muito além dos trilhos”, que deverá permanecer em cartaz por 18 meses, e, segundo Vicentini, “irá abordar aspectos menos conhecidos das ferrovias, que são os ferroviários. E entre eles não somente os maquinistas, mas também as mulheres, fundamentais em certos segmentos”.
Com objetos, fotos, documentos e material multimídia, como entrevistas com depoimentos, a exposição será dividida em Estações. A primeira delas irá tratar da instalação das ferrovias no mundo. Na sequência, será tratada a instalação delas na América Latina e no Brasil.
Em seguida, é a vez de falar da realidade de Jundiaí, para onde confluíram as linhas rodantes da Paulista, Santos-Jundiaí, Bragantina, Itatibense, Ituana e Sorocabana – sendo que estas duas primeiras ganharão Estações especiais. E por fim, a haverá uma Estação Pátio, tratando dos bastidores e da manutenção da ferrovia.
Vicentini também explica o novo nome do espaço, que até antes da pandemia era chamado “Museu da Cia. Paulista”. “Afinal de contas ele não traz somente o acervo desta companhia, mas trata da Ferrovia e de sua importância, com as contribuições de todas as linhas rodantes, não só de uma”.
Para despertar o interesse dos visitantes, Vicentini faz uma comparação curiosa em relação à chegada da ferrovia.
”A novidade da vinda da Cia. Paulista para trouxe, conforme pesquisado nas Atas da Câmara, um grande impacto na cidade e, com ele, outros aspectos, como a falta de residências e hotéis para abrigar os funcionários e suas famílias; a necessidade da construção de cemitério; discussões sobre planejamento urbano, como projetos de retificação dos rios; a necessidade da construção de escolas; a fundação de clubes associativos (como o Gabinete de Leitura, Clube Jundiaiense e Grêmio CP) e do Paulista; o surgimento de movimentos operários; a presença da maçonaria; a vinda de protestantes anglicanos; além de a ferrovia ter possibilitado a instalação de indústrias, como têxteis, químicos, cerâmicas e de celulose”.
Também será instalado no Complexo o espaço que irá unificar toda a reserva técnica, tanto dos Museus e Arquivo Histórico. “Estes são objetos de cultura material do Município, sob a guarda a UGC. Quanto maior o controle do sistema de catalogação, maior o nosso controle sobre esse objeto. E isso é fundamental tanto para a sua racionalização na montagem das exposições, quanto para o acesso e pesquisa por parte da população”, comentou.
Toda a reserva técnica no Complexo Fepasa, além das obras que compõem a reserva da Pinacoteca Municipal poderão ser também consultadas em plataforma on-line.
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