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Transpiração Excessiva: veja as soluções médicas

A transpiração é uma função natural do corpo, essencial para manter a temperatura corporal sob controle. No entanto, para algumas pessoas, a sudorese excessiva e o mau cheiro podem ser uma fonte de constrangimento e impactar negativamente a qualidade de vida. A Dra. Fernanda Cassain, médica formada pela Unicamp e pós graduada em dermatologia, nos ajuda a entender e enfrentar essas condições.

I) Bromidrose: Quando a sudorese corporal vem acompanhada de um suor desagradável, temos o que chamamos de bromidrose. O mau cheiro nas axilas e nos pés é uma ocorrência comum, mas quando se torna excessivo, pode afetar as relações sociais e a autoestima.

A causa dessa condição está relacionada a micro-organismos, como bactérias, que se alimentam do suor e, ao metabolizá-lo, produzem subprodutos com cheiro característico, semelhante a vinagre, queijo ou cebola. Além disso, alguns alimentos, como cebola, alho, pimenta ou curry, podem contribuir para o odor. Condições médicas como diabetes descompensado, obesidade ou etilismo também podem intensificar a bromidrose.

O tratamento para a bromidrose envolve orientações sobre higiene e o uso de sabonetes adequados. Um erro comum é aplicar desodorante com as axilas molhadas, o que atrapalha a absorção do produto. A utilização de desodorantes transpirantes é recomendada. Em casos mais severos, medicamentos com ação bactericida podem ser necessários.

O uso de roupas de algodão e evitar peças apertadas também ajuda. Nos pés, além da higiene, é aconselhável usar sprays, talcos ou antitranspirantes apropriados, bem como calçados abertos sempre que possível. Contudo, é importante ter cautela ao usar desodorantes contendo ácido úsnico, triclosan ou alumínio, pois podem gerar bactérias resistentes e agravar o odor.

II) Hiperidrose: A hiperidrose se caracteriza pela sudorese excessiva, que, diferentemente da bromidrose, não apresenta odor. Pode ser primária, quando é causada por uma estimulação do sistema nervoso simpático, ou secundária, quando está relacionada a distúrbios hormonais ou outras condições médicas. A hiperidrose primária pode se manifestar em diferentes subtipos, incluindo axilar, crânio-facial, palmar e plantar.

A hiperidrose palmar, por exemplo, pode causar grandes prejuízos sociais, uma vez que os pacientes se sentem constrangidos ao apertar a mão de outra pessoa, podem molhar papéis e enfrentar dificuldades ao segurar objetos. Essa condição pode levar ao afastamento social, tornando o tratamento médico uma necessidade.

O tratamento da hiperidrose envolve várias opções. Desodorantes antitranspirantes que contêm hidróxido de alumínio ajudam a fechar os ductos das glândulas de suor. A aplicação noturna é recomendada para otimizar o efeito.

A toxina botulínica é outra alternativa, interrompendo temporariamente a produção de sudorese. Ela é altamente eficaz no tratamento da hiperidrose axilar, palmar e plantar. Seus efeitos começam a ser percebidos em cerca de duas semanas e podem durar de 8 a 10 meses, em alguns casos, até um ano.

Outra opção é o uso de medicamentos orais, como anticolinérgicos, que ajudam a impedir a estimulação das glândulas sudoríparas. Esses medicamentos podem causar boca seca e são contraindicados em gestantes, pacientes com problemas oculares, intestinais ou urológicos. Em casos mais graves, procedimentos cirúrgicos, como a simpatectomia (ressecção das glândulas écrinas), podem ser considerados.

Lidar com a bromidrose e a hiperidrose pode ser desafiador, mas existem soluções disponíveis para ajudar a melhorar a qualidade de vida. Consultar um profissional de saúde é o primeiro passo para encontrar o tratamento mais adequado.

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