Segurados podem pensar que estão protegidos e não estão, diz educador financeiro
Segundo Thiago Martello, artigo 769 do Código Civil Brasileiro pode ser armadilha para quem não faz ideia de sua existência
Contar com um seguro de vida é essencial por diversas razões, mas muitas vezes os segurados podem achar que estão protegidos e não estão. Segundo Thiago Martello, fundador da Martello EF, empresa que abocanhou investidores no programa Shark Tank Brasil ao oferecer uma metodologia própria, o artigo 769 do Código Civil Brasileiro deveria ser conhecido por todos que contratam um seguro, mas normalmente não é.
De acordo com o planejador financeiro, que também é certificado pela SUSEP, o artigo 769 do Código Civil Brasileiro obriga o segurado a comunicar ao segurador, logo que saiba, todo incidente suscetível de agravar consideravelmente o risco coberto, sob pena de perder o direito à garantia, se provado que silenciou de má-fé. “Muitos bancos se apoiam nessa lei para tentar não pagar o seguro de alguém. O problema é que eles também não explicam claramente para a pessoa, no ato da contratação, que ela precisará informar que adquiriu alguma doença, por exemplo. Geralmente está nas letras miúdas. Aí a pessoa não informa e, quando vai ver, não está mais coberta”, diz Martello.
Além disso, segundo o especialista, os bancos costumam aceitar qualquer pessoa na hora da contratação, sem pedir exames nem nada do tipo. Porém, depois de um tempo, podem dizer simplesmente que não querem mais, e deixam a pessoa a ver navios ou tendo que desembolsar um valor muito mais alto para continuar tendo direito.
“Isso não acontece com seguradoras tradicionais que, normalmente, antes de aceitarem a apólice de alguém, pedem exames, fazem entrevistas e todos os procedimentos necessários. Nesses casos, uma vez que a pessoa seja aceita, não poderá ser excluída a qualquer tempo. Por isso é extremamente necessário escolher o seguro de vida com atenção para realmente estar protegido. Procure conhecer a procedência das empresas e a forma como se comportam perante o pagamento das apólices, além de ler o contrato com atenção”, adverte.
Martello ressalta que um seguro de vida é uma ferramenta fundamental em qualquer planejamento financeiro, já que não apenas ajuda a garantir proteção individual, mas também a segurança dos entes queridos e a proteção do patrimônio adquirido. “Um seguro de vida vai garantir que a família tenha suporte no caso de morte prematura. Além disso, pode garantir uma renda por tempo determinado ou indefinido caso a pessoa não possa mais trabalhar. O valor não passa por inventário e pode garantir o pagamento de despesas essenciais, como custos de moradia, educação dos filhos e despesas diárias”, explica.
Além disso, o seguro de vida pode ser usado para pagar dívidas pendentes, como empréstimos pessoais e cartões de crédito, evitando que essas obrigações financeiras recaiam sobre os familiares. “Sem contar com a cobertura de despesas funerárias, que pode gerar altos custos de uma hora para a outra”, complementa Martello.
Ele orienta que é preciso escolher com atenção a empresa seguradora e ler as “letras miúdas” do contrato para não correr riscos de não receber o valor justamente quando mais for necessário. “Boa parte das pessoas escolhe qualquer banco, faz um seguro por lá e não se preocupa em ler as entrelinhas ou conhecer a legislação. Por isso, quando algo acontece e o seguro é acionado, muitas vezes acaba sabendo que não terá direito a receber”, alerta.
“Ou, ainda, a pessoa faz o seguro quando jovem. Anos passam e, lá na frente, quando já está mais velha e com maior dificuldade de contratar um seguro, recebe uma notificação do banco dizendo que não será mais coberto”, finaliza.
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