PEC para fim da escala 6×1 ganha apoio e dispara pesquisas na internet
Proposta visa melhorar qualidade de vida dos trabalhadores e criar novas escalas de jornada, mas ainda enfrenta desafios para avançar no Congresso
O debate sobre o fim da escala 6×1 tem ganhado destaque na política brasileira, com crescentes discussões sobre os impactos dessa mudança na rotina de trabalho e na qualidade de vida dos trabalhadores. Segundo dados da Hostinger, as buscas sobre o tema dispararam em 1200% nos últimos sete dias, indicando o crescente interesse da população pela proposta.
A proposta de emenda à Constituição (PEC) que visa extinguir a escala de 6×1 está atualmente em fase de coleta de assinaturas, mas ainda não atingiu o número mínimo necessário para seguir adiante na Câmara dos Deputados.
O que é a Escala 6×1?
A escala 6×1 é comum em setores como o comércio, onde o trabalhador cumpre uma carga de seis dias consecutivos de trabalho, com direito a apenas um dia de descanso. Esse modelo, embora em conformidade com a legislação vigente, tem sido alvo de críticas devido à escassez de folgas, já que muitos trabalhadores acabam sacrificando seus fins de semana para se ajustar às demandas das empresas, que podem determinar o dia de descanso conforme sua necessidade operacional.
Para se adequar à legislação que limita a jornada semanal a 44 horas, algumas empresas adotam jornadas diárias de 7 horas e 20 minutos, enquanto outras variam as horas de trabalho ao longo da semana para equilibrar a carga horária total.
A PEC e a Proposta de Mudança
A PEC que propõe a redução da jornada de trabalho foi apresentada pela deputada Erika Hilton (PSOL) e se baseia em uma ideia do vereador Rick Azevedo, também do PSOL, de reduzir a carga semanal para 36 horas. A proposta também sugere a adoção de uma nova escala de trabalho: 4×3, com quatro dias de trabalho e três dias de descanso, mantendo a jornada diária de até 8 horas.
Os defensores da PEC afirmam que essa mudança poderia não apenas melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, mas também aumentar a produtividade no país. No entanto, há preocupações sobre os possíveis impactos econômicos dessa adaptação no modelo de trabalho.
A Realidade do Trabalho no Brasil
De acordo com uma pesquisa da Hostinger, os brasileiros trabalham em média 55 horas semanais, bem acima das 44 horas permitidas pela legislação da CLT. Muitos trabalhadores recorrem a formas alternativas de trabalho, como a contratação por pessoa jurídica (PJ), para complementar a renda e atender a demandas pessoais ou familiares.
Esse cenário está diretamente relacionado ao alto custo de vida e à busca por uma maior segurança financeira. O aumento da inflação e a instabilidade econômica têm levado muitos brasileiros a procurar fontes de renda extra, como trabalhos autônomos e freelancer. No entanto, especialistas alertam para os riscos de sobrecarga de trabalho, o que pode afetar a saúde e o bem-estar dos trabalhadores.
Outras Escalas de Trabalho
A PEC também sugere a implementação da escala 4×3, que garantiria ao trabalhador quatro dias de trabalho seguidos por três dias de descanso. Esse modelo visa proporcionar um equilíbrio melhor entre a vida pessoal e profissional. No entanto, outras propostas de escalas, como a 5×2 — comum em diversos setores — também têm sido debatidas, onde o trabalhador cumpre cinco dias de trabalho e tem dois dias de folga, geralmente no fim de semana.
Até o momento, a PEC já arrecadou 134 assinaturas na Câmara dos Deputados, mas ainda precisa de mais 37 para iniciar sua tramitação. O projeto segue enfrentando desafios, mas continua gerando ampla discussão sobre a jornada de trabalho no Brasil.
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