O que marcou o 1º dia do julgamento de Bolsonaro no Supremo
Primeira Turma analisa denúncia da PGR que aponta tentativa de impedir posse de Lula em 2022; defesa começa a falar nesta quarta (3)

O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta terça-feira (2) o julgamento da Ação Penal 2.668, que trata da suposta tentativa de golpe de Estado atribuída ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a outros sete réus. A acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR) sustenta que o grupo teria articulado medidas para impedir o governo de Luiz Inácio Lula da Silva após a vitória nas eleições de 2022.
A análise, conduzida pela Primeira Turma do STF, começou com a leitura do relatório do ministro Alexandre de Moraes, seguida da manifestação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, e das primeiras sustentações orais das defesas.
Durante quase uma hora e meia, Moraes afirmou que a Corte julga “mais uma tentativa de ruptura democrática” e destacou que provas consistentes poderão levar à condenação. Já Gonet defendeu que não era necessária uma ordem formal para configurar a tentativa de golpe. Para ele, os atos de planejamento, ameaças ao Judiciário e a mobilização de órgãos de Estado já indicariam a existência da trama.
As defesas, por sua vez, contestaram a acusação e pediram a absolvição dos réus. A ministra Cármen Lúcia chegou a interromper a fala de um advogado para corrigir a confusão entre “processo eleitoral auditável” e “voto impresso”.
A sessão será retomada nesta quarta-feira (3/9), às 9h, quando falarão os advogados de Bolsonaro e de três ex-ministros militares: Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto. Os votos dos ministros só serão apresentados após todas as manifestações da defesa.
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