Vacina contra a Covid-19 não é recomendada para adolescentes sem comorbidades, diz Ministério da Saúde
A orientação é que o imunizante seja aplicado para quem tem comorbidades


O Ministério da Saúde voltou atrás e informou por meio de uma nota informativa que a vacinação contra a Covid-19 para os adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades não deve ser realizada. Dessa forma somente os adolescentes que tenham deficiência permanente, com comorbidades ou os que estejam privados de liberdade devem ser vcacinados.
O motivo deste recuo do Ministério da Saúde é por elas serem menos propensas a terem complicações da Covid-19 e que seria “menos urgente”, em relação aos outros grupos, como pessoas mais velhas, com comorbidades e trabalhadores da saúde.
“A Organização Mundial de Saúde não recomenda a imunização de criança e adolescente, com ou sem comorbidades”, afirma nota do governo.
Confira os pontos:
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- “A maioria dos adolescentes sem comorbidades acometidos pela Covid-19 apresentam evolução benigna, apresentando-se assintomáticos ou oligossintomáticos”.
- “Somente um imunizante foi avaliado em ECR (ensaios clínicos randomizados)”
- “Os benefícios da vacinação em adolescentes sem comorbidades ainda não estão claramente definidos”
- “Redução na média móvel de casos e óbitos (queda de 60% no número de casos e queda de mais de 58% no número de óbitos por covid-19 nos últimos 60 dias) com melhora do cenário epidemiológico”.
A nota explica ainda que recomenda não vacinar os adolescentes mesmo sendo muito raros os efeitos adversos graves.
Natal e Salvador suspendem vacina
Ao menos duas capitais já suspenderam a vacinação nos adolescentes sem comorbidades em razão da nota da Saúde: Natal e Salvador. Segundo a coordenadora de vigilância em Saúde de Natal, Juliana Araújo, a vacinação segue ocorrendo para adolescentes com comorbidades e o público-geral a partir dos 18 anos.
Já em Salvador, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), a decisão foi tomada após o Ministério da Saúde comunicar, nesta manhã, recomendação para restringir a vacina somente a adolescentes com comorbidades, deficiência ou privados de liberdade.
Ainda de acordo com a prefeitura, a Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, vinculada ao Ministério da Saúde, informou que irá revisar as recomendações sempre que for necessário, com base em dados de segurança e na evolução das evidências científicas.
Durante a campanha de vacinação contra a Covid-19, o Plano Nacional de Imunizações previa que estados e municípios tinham autonomia para organizar a fila de vacinação conforme os públicos-alvo definidos pelo documento. É o caso do Governo de São Paulo, que orienta as cidades manterem a vacinação para os adolescentes.
Governo de São Paulo mantém vacinação para adolescentes
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, a decisão foi considerada equivocada. “A vacinação nessa faixa etária já é realizada nos EUA, Chile, Canadá, Israel, França, Itália, dentre outras nações. A medida cria insegurança e causa apreensão em milhões de adolescentes e famílias que esperam ver os seus filhos imunizados, além de professores que convivem com eles.”
No texto, a gestão estadual ainda afirma ainda que não fará alterações no cronograma do Programa Estadual de Imunização.
“Coibir a vacinação integral dos jovens de 12 a 17 anos é menosprezar o impacto da pandemia na vida deste público. Três a cada dez adolescentes que morreram com COVID-19 não tinham comorbidades em São Paulo. Este grupo responde ainda por 6,5% dos casos e, assim como os adultos, está em fase de retomada do cotidiano, com retorno às aulas e atividades socioculturais”.
Entretanto, recentemente, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, vem criticando estados que deixaram de seguir as mais recentes decisões da pasta. Entre elas estavam, por exemplo, a decisão de adiantar a vacinação de adolescentes, a redução do intervalo entre doses e a aplicação da dose de reforço em público mais amplo do que o definido pela pasta em conjunto com os conselhos de secretários estaduais e municipais de saúde.
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