Análise revela que raias e tubarões foram abandonadas em aldeia de Peruíbe
Os animais foram 'ocultados' e índios acharam os cadáveres

O Instituto Biopesca emitiu uma nota técnica sobre a aparição de raias e tubarões em uma área de mata numa aldeia de Peruíbe. Os animais foram jogados propositalmente e seriam ocultados. Inicialmente foi cogitada a idiea que a maré levou os cadáveres ate o local, mas foi descartada.
O caso aconteceu no último dia 23 de dezembro, quando 55 raias ticonha, a maioria da espécie Rhinoptera bonasus, três tubarões-martelo (Sphyrna) neonatos e uma raia móbula (Mobula sp) foram encontrados sem vida por membros da Aldeia Tapirema, que contataram as autoridades para remove-los do local. O Instituto Biopesca foi acionado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Peruíbe para recolher as carcaças.
De acordo com o coordenador-geral do Biopesca, Rodrigo Valle, disse que não havia como a maré levar as raias e tubarões até o local. “Essas carcaças foram transportadas e transferidas. Quando é um encalhe natural, a gente não vê esses animais agrupados e colocados da forma como estavam”.

Segundo Valle, aspectos como a manipulação, o fato de as carcaças estarem agrupadas e a maré levaram à conclusão da nota técnica. “A gente olha todos esses aspectos, a distância do local até a linha da água, o quanto que tem de faixa de areia, até onde a maré avança quando ela sobe, e a disposição delas no local. Essas análises indicam que essas carcaças foram colocadas lá propositalmente, porque condições para que isso ocorresse naturalmente não existem no local”.
Ele reforça que não há como saber a distância do local onde esses animais teriam sido pescados. “A distância de onde vieram a gente não tem como afirmar, agora, a gente sabe que, a partir do momento que há uma tentativa de ocultação, isso não deve vir de muito longe. Ninguém vai ficar transportando todas essas raias correndo o risco de ser pego, então, a lógica nos indica que esses animais foram retirados ali perto”.
Respostas
A Prefeitura de Peruíbe respondeu que a fiscalização da pesca não é atribuição da administração municipal, e que quando é constatada alguma possível irregularidade, os órgãos municipais acionam a Polícia Ambiental, que deve realizar as operações de fiscalização, que foi o que aconteceu neste e em outros casos.
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