Brasil cria vacina nacional contra a COVID-19
Imunizante está em fase de estudo e pode oferecer proteção a longo prazo
Em meio a notícias da necessidade de vacinas contra a COVID-19, uma vacina está sendo estudada e criada no Brasil. Três estudos já foram apresentados à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e uma delas é da Farmacore Biotecnologia, que se encontra em fase pré-clínica.
A farmacêutica conta com uma parceria entre a Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, junto com a empresa americana PDS Biotechnology. Em entrevista à CNN Brasil, a CEO da Farmacore Biotecnologia, Helena Faccioli, explica que a grande diferença deste imunizante, em fase de testes em animais, é a longa duração da ação protetiva.
“A gente tem testes de longo prazo em animais que mostram que depois de alguns meses, se você expõe de novo os animais ao coronavírus, o corpo ainda produz uma resposta imunológica. Então, ele tem uma duração maior no organismo das pessoas do que outras vacinas. Ela vai proteger por mais tempo”, diz.
Ela ainda conta que todos os dados pré-clínicos já foram levados para a Anvisa e os testes em humanos podem começar ainda neste semestre. “Nós já estamos em negociação com os centros clínicos e já tem uma seleção de quem vai executar o ensaio clínico para a gente”, diz a CEO. “Agora, depende da nossa interação com a Anvisa para conseguirmos começar. Mas vai começar neste semestre, certeza”, afirma a CEO.
A tecnologia da vacina
Diferentemente dos imunizantes já em uso no Brasil, a vacina brasileira da Farmacore aposta no uso de uma proteína recombinante derivada do coronavírus.
“Ela é formada por uma partícula nano lipídica e uma proteína recombinante que é a S1. A S1 é derivada do coronavírus. Uma proteína segura, de fácil manuseio e de fácil produção. Não contém pedaço de vírus ou vírus atenuado ou RNA ou DNA. Então, é simplesmente uma proteína recombinante com uma partícula nano lipídica”, explica.
Faccioli detalha que, desde o projeto inicial, a premissa era a de se produzir um imunizante que o Brasil fosse autosuficiente tecnologicamente, justamente para evitar problemas no abastecimento de insumos.
“Nós pensamos em tecnologias que fossem de fácil produção, seguras e que pudessem ser produzidas integralmente no Brasil na fase de vacinação em massa. Algumas etapas, hoje, ainda são executadas pelo nosso parceiro americano, mas nós já estamos em conversa e negociação com uma indústria farmacêutica brasileira para que este processo esteja aqui durante a fase 3, que é a mais longa”.
Prazo
Quanto a possíveis prazos de quando a vacina da Farmacore pode estar disponíveis, até o momento não há uma previsão, devido aos estudos que devem ser realizados. Mas também pela necessidade de realizar parcerias com as farmacêuticas e empresas de biomedicina multinacionais.
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