Sistema Anchieta-Imigrantes não terá Operação Descida
Após diversos pedidos, Governo do Estado anunciou a suspensão, visando evitar a vinda dos turistas
A partir desta sexta-feira (19) não será mais feita a Operação Descida no Sistema Anchieta-Imigrantes, com o objetivo de desestimular as pessoas que moram na Grande São Paulo e Interior a virem à Baixada Santista. Ela geralmente é feita aos finais de semana.
Os nove prefeitos da Baixada fizeram este pedido, que foi capitaneado pelo prefeito de Santos, Rogério Santos (PSDB). “Com a suspensão da operação descida nossa intenção, claramente, é desestimular qualquer viagem que não seja necessária”, disse o secretário de Transportes João Octaviano. “Feriado não é para o turismo”, completou Marco Vinholi, secretário de Desenvolvimento.
Sem a Operação Descida o Sistema Anchieta-Imigrantes será mantida operação normal no sistema, conhecida como 5×5, quando três faixas das pistas Sul da Rodovia dos Imigrantes e duas pela Via Anchieta descem rumo à Baixada Santista; e três faixas das pistas Norte da Rodovias dos Imigrantes e duas da Via Anchieta sobem a serra em direção à capital e ao interior do estado. Com isso, a operação subida também foi suspensa.
A regulamentação do funcionamento do sistema neste período está publicada na edição desta sexta-feira do Diário Oficial do estado. É a primeira vez em 23 anos de concessão do Sistema Anchieta-Imigrante que a operação descida é suspensa.
“Esse pedido de suspensão da Operação Descida é um apelo. Primeiro porque os dados, há quatorze dias, a Baixada Santista apresentava o melhor indicador de ocupação de UTI do estado, com apenas 44%. Hoje estamos com 80%. Os hospitais particulares estão pedindo vaga para o SUS. Segundo motivo deste pedido: o decreto do município de SP. Isso impacta diretamente os municípios da Baixada Santista, visto o turismo que tem a característica de uma segunda residência”, disse o prefeito de Santos, Rogério Santos.
Críticas
Uma das motivações para o pedido da não realização da Operação Descida é por causa do prefeito de são Paulo, Bruno Covas (PSDB). Ele anunciou que a Capital Paulista teria o adiantamento de cinco feriados, o que iria induzir os paulistanos a virem para o Litoral Paulista.
O governador do Estado, João Doria (PSDB) criticou a atitude do chefe do Executivo da Capital. Ele afirmou que a medida gerou mal-estar com prefeitos de cidades do litoral paulista e classificou como falta de bom senso da gestão municipal.
“As prefeituras têm autonomia para suas decisões, e nós reconhecemos isso. Mas há certas decisões que o bom senso recomenda que sejam compartilhadas previamente com o governo dado ao fato de que a decisão de uma cidade muitas vezes implica em impacto nas cidades vizinhas. Faltou aí um pouco de bom senso da Prefeitura de São Paulo em fazer esse compartilhamento prévio para evitar exatamente o mal-estar que acabou provocando”, disse o governador.
Questionada, a assessoria de Bruno Covas (PSDB) disse que o prefeito está no Hospital Sírio-Libanês para mais uma sessão de quimioterapia, e fez a seguinte declaração sobre os comentários:
“O senso que falta é o senso de urgência. Aqui na Prefeitura tem menos falação, foco no trabalho e colaboração. Faço o máximo que posso para defender o povo da minha cidade. Sempre aberto a colaborar com outras cidades e com o governo do Estado. Mas cada um precisa assumir suas responsabilidades.”
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