Saúde

Tragédia anunciada: Brasil chega a 300 mil vidas perdidas pela Covid-19

O descaso dos governantes e da própria população e a busca tardia de vacinas são os principais motivos

Brasil, 24 de março de 2021. A data mais triste e sombria até o momento. É nesse dia que o país alcançou a triste e vergonhosa marca de 300 mil vidas perdidas pela Covid-19, em um ano de pandemia. Detalhe: Somente em três meses, cem mil pessoas morreram em decorrência da doença, o que revela a velocidade e a fatalidade que ela tem.

As causas para a chegada desse número alarmante começam pelo Governo Federal, onde no começo desdenhou, menosprezou e pouco acreditou no impacto que a Covid-19 poderia trazer. Faltou medidas centrais para que todos os estados e municípios seguissem, como o isolamento social, todo protocolo de higienização e o uso da máscara. Também houveram equívocos com as trocas de ministros, que antes seguiam as recomendações de especialistas.

Os recursos que chegavam para as criações de hospitais de campanha e de equipamentos, muitos deles foram desviados e muitos dos aparelhos, tão essenciais para salvar vidas foram colocados de canto. E o principal: vacina. Se no primeiro auge da pandemia, em julho, as primeiras vacinas fabricadas e testadas no Brasil até chegaram a ser oferecidas.

Mas o governo negacionista resolveu apostar em outras, que não tinham eficácia comprovadas e que hoje chegam, mas numa velocidade bem abaixo do que ocorre em outros países, como Israel, Reino Unido e Estados Unidos.

A alta nos estados

Com dados novos de 10 estados (AL, BA, GO, MG, MS, MT, PR, RN, SP e TO) desde a véspera, o país soma agora 300.015 óbitos. Casos confirmados de Covid-19 são 12.183.338.

Os níveis de contágio seguem elevados, e governadores e prefeitos tentam conter o avanço do vírus com medidas mais duras de restrição. Ainda assim, o Brasil não chegou a viver nenhum tipo de lockdown completo, como ocorreu em outros países. Sem direcionamento nacional efetivo para lidar com a pandemia, medidas de isolamento seguem sendo desrespeitadas em larga escala.

Esses números poderiam ser ainda maiores não fosse uma mudança no sistema de notificação de Ministério da Saúde – que as secretarias estaduais de saúdes dizem que será abandonada – que passou a exigir mais dados sobre cada vítima da doença no país.

Os dados abaixo indicam o quão preocupante é o cenário da pandemia no país e podem ajudar a entender a necessidade de medidas urgentes:

  • Os índices de ocupação de leitos de UTI no Brasil têm ‘quadro extremamente crítico’. Com exceção do Amazonas e de Roraima, todos os demais estados estão na classificação de “alerta crítico” de lotação, segundo a Fiocruz.
  • A ameaça de falta de oxigênio hospitalar preocupa autoridades e a população. Seis estados são os mais críticos para falta de oxigênio, segundo a Procuradoria-Geral da República: AC, RO, MT, AP, CE e RN. Outros sete estão em estágio de atenção: PA, BA, MG, SP, PR, SC e RS.
  • Entidades da saúde estão em alerta para uma potencial crise de desabastecimento dos chamados ‘kits intubação’. Medicamentos estão em baixo estoque, e a alta no preço deles chega a 1.700%.
  • O ritmo de vacinação no país está baixo, segundo especialistas, e também preocupa. Pela 6ª vez, o governo reduziu a previsão de doses das vacinas a serem disponibilizadas.

População não faz a sua parte

Além das críticas aos governantes, é bom lembrar que a população também deve fazer a sua parte e seguir a risca todas as recomendações que médicos e especialistas passam. Além do uso da máscara quando for necessário sair de casa, também é importante fazer uma higienização constante e não se aglomerar.

Mas este é o principal problema de boa parte dos brasileiros. Quando há uma flexibilização de atividades comerciais e esportivas, muita gente promove festas irregulares, lotam bares e restaurantes, se aglomeram e como consequência outras pessoas, sejam parentes ou não sofrem com o contágio e por serem vulneráveis precisam ser internadas.

Mas acontece que em todos os estados, os leitos de UTI e de enfermaria estão praticamente lotados e a consequência é um número maior de mortes. Além disso, com as variantes da Covid-19 em circulação, o contágio é ainda mais fácil e fatal.

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VÍDEO – População desrespeita o lockdown em Santos

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