Política

Fernando Azevedo e Silva deixa o Ministério da Defesa

Motivo da decisão não foi revelado

Mais um desfalque no Governo Federal. Nesta segunda-feira (29), Fernando Azevedo e Silva deixou o cargo de ministro da Defesa. O motivo para a saída não foi revelado de forma oficial, mas segundo informações do blog da Andréia Sadi, do G1, o presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) quem o demitiu.

Este é o segundo desligamento de um ministro em apenas um dia. Antes de Fernando Azevedo, Ernesto Araújo também deixou o cargo de ministro de Relações Exteriores, mas no caso dele, ele mesmo quem demitiu. Segundo informações, houve uma reunião no Palácio do Planalto, Bolsonaro quem pediu o desligamento.

Até o momento não se sabe quem será o substituto de Fernando Azevedo e Silva para comandar o Ministério da Defesa.

A gestão de Fernando Azevedo

Azevedo e Silva foi escolhido por Bolsonaro para chefiar o Ministério da Defesa ainda durante a transição de governo, em 2018. O militar foi chefe do Estado-Maior do Exército, um dos postos de maior prestígio na Força, e passou à reserva em 2018. Quando foi anunciado ministro, ele era assessor do então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli.

Azevedo e Silva permaneceu por dois anos e três meses à frente do Ministério da Defesa. As Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) são vinculadas à pasta. Neste período, Bolsonaro manteve o hábito de visitar a sede do ministério, na Esplanada dos Ministérios, e priorizou os gastos na área. O governo aprovou uma reformulação da carreira dos militares, por exemplo, e conseguiu negociar junto ao Congresso regras diferenciadas para a categoria na reforma da Previdência.

Azevedo e Silva foi o segundo militar a comandar o Ministério da Defesa desde a criação da pasta, em 1999, no governo de Fernando Henrique Cardoso. O primeiro militar a ocupar o posto foi o general Joaquim Silva e Luna, indicado por Michel Temer.

Forças Armadas e política

Em novembro de 2020, Azevedo e Silva e os comandantes das três Forças – general Edson Pujol (Exército), almirante Ilques Barbosa (Marinha) e o brigadeiro Antonio Carlos Moretti (Aeronáutica) – divulgaram nota conjunta em que afirmam a separação entre as Forças Armadas e a política.

“A característica fundamental das Forças Armadas como instituições de Estado, permanentes e necessariamente apartadas da política partidária, conforme ressaltado recentemente por chefes militares, durante seminários programados, é prevista em texto constitucional e em nada destoa do entendimento do Governo e do Presidente da República”, afirmaram na nota.

A manifestação foi feita após Bolsonaro citar o uso de “pólvora” para defender a Amazônia. As constantes associações de Bolsonaro com as Forças Armadas levaram o comandante do Exército, Pujol, a afirmar em discursos que a Força é uma instituição do Estado brasileiro e não de governos.

Em 2019 e 2020, no entanto, Azevedo e Silva e os comandantes das Forças Armadas também assinaram textos com outro teor. As mensagens comemoravam o aniversário do golpe militar de 1964, quando o então presidente João Goulart foi tirado do cargo.

Leia a nota

Nota Oficial

Agradeço ao Presidente da República, a quem dediquei total lealdade ao longo desses mais de dois anos, a oportunidade de ter servido ao País, como Ministro de Estado da Defesa.

Nesse período, preservei as Forças Armadas como instituições de Estado.

O meu reconhecimento e gratidão aos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, e suas respectivas forças, que nunca mediram esforços para atender às necessidades e emergências da população brasileira.

Saio na certeza da missão cumprida.

Fernando Azevedo e Silva

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