Ayrton Senna: 27 anos depois, o herói está presente
Apesar da morte trágica, brasileiros e pilotos do automobilismo o tem como referência
Primeiro de maio de 1994, Grande Prêmio de San Marino, Itália. Exatamente nesta data e neste local que o Brasil e o mundo se despediram de Ayrton Senna. Sem dúvida um dos maiores ídolos e um dos melhores pilotos de todos os tempos no automobilismo mundial. Já se passaram 27 anos, mas ele ainda está muito presente na memória de vários brasileiros e de outros esportistas.
A rotina era começar as madrugadas e as manhãs de sábado e domingo para ver a performance deste brasileiro que desfilava talento, competitividade, garra, fé e levava alegrias e inúmeras lições de que tudo era possível se alcançar. Os brasileiros vibravam com as vitórias nas pistas e com os títulos. Tri-mundial aliás (1988, 1990 e 1991).
Início da carreira
Nascido na Zona Norte de São Paulo, Ayrton Senna da Silva, veio ao mundo em 1960 e logo descobriu a paixão pelo automobilismo, quando o pai deu o primeiro kart. Isso aos 4 anos de idade. Aos 7, Senna começou a treinar no kartódromo de Interlagos.
O sucesso começou a aparecer onde ele conquistou diversos títulos correndo no Kart. Foi campeão paulista na categoria júnior, campeão brasileiro e campeão sul-americano, além do vice-campeonato mundial em 1979 e 1980.
Em 1981 Senna ingressou na Fórmula Ford. Logo no primeiro ano foram 20 provas em três competições, conquistando 12 vitórias. Em 1982, já na Ford 2000 disputou os campeonatos britânicos e europeus, quando quebrou todos os recordes.
Nas seis primeiras corridas do ano conquistou a pole position, com vitórias de ponta a ponta e realizou a volta mais rápida dos circuitos. Os números finais impressionaram, foram 22 vitórias, 18 poles, as 22 voltas mais rápidas e 516 pontos conquistados em 28 provas. Já em 1983 Senna assinou com a F-3 inglesa tendo conquistado nove vitórias consecutivas, um recorde mundial.
Fórmula 1 e o surgimento de um herói
Em 1984 Ayrton Senna ingressou na Fórmula 1, pela equipe Toleman e na segunda competição já conquistou seu primeiro ponto. No final da temporada, além de 13 pontos conquistados subiu três vezes no pódio.
O primeiro pódio de Ayrton Senna na F-1 foi conquistado no autódromo de Mônaco, quando conquistou o 2.º lugar, após largar na 14.ª colocação, em um dia de muita chuva. O segundo pódio de Senna na F-1, foi no circuito de Brands Hatch, na Inglaterra quando conquistou o 3.º lugar.
O terceiro e último pódio de Senna na Toleman veio em Portugal, quando conquistou o terceiro lugar. A vitória ficou com Niki Lauda e a segunda foi conquistada por Prost. Em 1985 Senna assinou com a equipe Lotus. Entre os anos de 1985 e 1987 participou de 48 grandes prêmios e venceu seis.
Os títulos de Senna
Os títulos de Fórmula 1 chegaram assim que ele foi contratado pela McLaren-Honda. Em 1988 subiu ao pódio pela primeira vez, como campeão mundial de Fórmula 1, no GP de Suzuka no Japão, depois de uma disputa acirrada contra o companheiro Alain Prost.
Naquele ano, Senna conquistou 13 pole positions e venceu 8 das 16 provas do campeonato. O bicampeonato mundial veio em 1990, também em Suzuka, no penúltimo GP da temporada, quando deu o troco no seu rival Alain Prost. Em 1989 o brasileir havia vencido o campeonato de forma pouco ética, quando nas voltas finais, Senna tentou ultrapassá-lo. Mas houve o choque e os dois saírem da pista.
Em 1991, novamente em Suzuka, Ayrton Senna conquistou o tricampeonato mundial disputando o título da temporada com o inglês Nigel Mansell, da Williams, que abandonou o circuito na 10.ª volta com problema nos freios.
Mas neste mesmo ano, Senna conseguiu um feito especial. Sua primeira vitória no Brasil. O GP de Interlagos era uma das poucas pistas que faltavam para ele triunfar. Inúmeras tentativas davam errado. Mas especialmente em 1991, debaixo de muita chuva, já sem marcha, Ayrton Senna deu tudo e um pouco mais de si. enfim a vitória em solo brasileiro, para o povo brasileiro aconteceu.
A trágica despedida
Quando chegou 1994, Ayrton Senna foi contratado pela Willians e tinha a expectativa de que mais títulos ele poderia conquistar. Mas ele teve uma série de problemas com o carro. No dia 20 de janeiro fazia seu primeiro teste com o carro da equipe inglesa. A primeira corrida da temporada de 1994 foi em Interlagos, no Brasil, onde conquistou a pole position, mas rodou ao tentar perseguir Schumacher e abandonou a corrida.
A segunda prova foi no GP do Pacífico, no Japão e durou apenas poucos segundos para Senna, quando seu carro foi tocado por Mika Hakkinen, da McLaren, rodou e ainda foi atingido por Nicola Larini da Ferrari.
O fatídico dia 1º de maio de 1994 chegou e ali o mundo deu adeus a Senna. Na sétima volta do circuito de Ímola, na Itália, pelo GP de San Marino, Senna bateu contra um muro a 300 Km/h. Embora diversas tentativas de socorro, onde ele chegou a ser internado, ocorressem. Mas não deu tempo. A carreira foi interrompida e Ayrton Senna morreu.
O Brasil e o mundo inteiro choraram por esta perda, que até hoje é muito sentida. Assim que chegou ao Brasil, foi levado do aeroporto para a Assembleia Legislativa, escoltado por quinze batedores, e acompanhado por milhares de pessoas, que prestaram a sua última homenagem ao ídolo.
Ayrton Senna foi enterrado no Cemitério do Morumby, em São Paulo, no dia 5 de maio de 1994. Em 10 anos de Fórmula 1, Senna disputou 116 corridas, conquistou 65 pole positions e venceu 41 competições. Conquistou seis vezes o GP de Mônaco. Além disso, foi e ainda é chamado de “O Rei de Mônaco”.
Homenagens e reconhecimentos a Senna
Neste sábado (1º de maio) aconteceu o treino classificatório para o GP de Portugal, em Portimão. Antes do início, uma plataforma na reta dos boxes exibia a seguinte mensagem: “ObrigadoSenna”. Pelas redes sociais, pilotos e ex-pilotos da Fórmula 1, como Lewis Hamilton, Carlos Sainz, Rubens Barrichello, Felipe Massa e outros esportistas fizeram inúmeras homenagens a Ayrton Senna.
A própria organização da Fórmula 1 publicou em seu Instagram uma homenagem. “Gênio. Herói. Lenda. Relembrando o incomparável Ayrton Senna no dia que marca 27 anos de sua morte”, escreveu a página. Além dela, escuderias como a MC-Laren, Mercedes e Willians também se manifestaram homenageando o brasileiro.
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