Saúde

Nelson Teich depõe na CPI da Covid e aponta divergências com Bolsonaro

Ex-ministro ficou menos de um mês no cargo

O ex-ministro da Saúde, Nelson Teich deu depoimento nesta quarta-feira (5) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. Em seis horas de depoimento, ele justificou os motivos para pedir a demissão do cargo, após substituir Luiz Henrique Mandetta.

O oncologista explicou a recomendação pelo governo de medicamentos ineficazes contra o coronavírus, como a cloroquina e a falta de uma política de distanciamento social; e fez avaliações sobre a condução da pandemia pelo Executivo.

Nelson Teich disse no depoimento que pediu demissão do cargo diante do desejo do governo de “ampliação do uso da cloroquina”. Ele alegou que a produção de cloroquina por instituições públicas foi um “assunto que não chegou” até ele. O Governo Federal falou sobre uso do medicamento ineficaz.

Além disso a falta de autonomia o levaram a pedir demissão do cargo. Enquanto era ministro da Saúde, Nelson Teich foi contrário à distribuição de cloroquina para comunidades indígenas. Ele sempre defendeu que seria mais adequado o governo ter um ministro com “conhecimento maior” em saúde que o de Pazuello para sucedê-lo. As posições diferentes dele das de Bolsonaro em relação a medidas de distanciamento e isolamento social, também geraram divergências.

Nelson Teich também criticou a falta de informação que agravou a crise da Covid-19 no Amazonas. Ele também citou que existia “desejo” por parte do presidente de recomendação de cloroquina contra o coronavírus. Por várias ocasiões o uso de cloroquina foi discutido em uma reunião com o Conselho Federal de Medicina no Palácio do Planalto. E disse ainda que a tese de “imunidade de rebanho” foi um “erro”.

Próximos depoimentos

Enquanto o Senado aguarda o depoimento de Eduardo Pazuello, nesta quinta-feira (6) a previsão é que o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres sejam ouvidos. Os senadores querem ouvir de Queiroga, informações sobre a compra de vacinas e sobre a elaboração de protocolos de enfrentamento à Covid-19.

Já sobre o presidente da Anvisa, os senadores querem explicações sobre a análise e a aprovação de mais vacinas contra a Covid-19. Atualmente, o Brasil tem autorização da agência reguladora para aplicar os imunizantes Coronavac, AstraZeneca/Oxford, e Pfizer.

Há um movimento de parlamentares pela liberação da vacina russa Sputnik V, produzida no Brasil pelo laboratório União Química.

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