Com atraso, o Brasil chega a 100 milhões de pessoas vacinadas contra a Covid-19
Em relação aos que tomaram as duas does, número está em 40 milhões de vacinados
Após polêmicas, divergências e demora no acerto das compras da vacina contra a Covid-19, o Brasil chegou a uma marca importante. Mais de 100 milhões de brasileiros já receberam, pelo menos, a primeira dose do imunizante. Vale lembrar que a proteção contra o coronavírus tem que ser com as duas doses aplicadas, com exceção para quem se vacinou com a Janssen. Neste aspecto, mais de 40 milhões já estão totalmente vacinados.
Ao todo são 100.082.100 pessoas imunizadas, segundo os dados das secretarias estaduais de Saúde. Isso equivale a 47,26% da população. Já o número de pessoas que completou o esquema vacinal, com duas doses, ainda é baixo: 41.012.243 ou 19,37% da população.
Só que os dados sobre a imunização total contra a Covid-19 devem ser revelados somente a partir de agosto. é o que explica o infectologista da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri. “O grande número de doses aplicadas ocorreu em abril, maio e junho, e usamos muito as vacinas da AstraZeneca e da Pfizer. Então, a segunda dose ficou agora para agosto, setembro. Esperamos nos próximos meses a finalização de muitos esquemas de vacinação. Devemos ver esse número [da segunda dose] subir nesses dois meses”.
Cuidados contra a Covid-19 devem continuar, mesmo com a vacina
Os especialistas dão o alerta para que os brasileiros sigam se protegendo contra a Covid-19, mesmo recebendo as duas doses. Segundo Jamal Suleiman, infectologista do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo, a segunda dose da vacina não é um reforço. Sem ela, o esquema vacinal estará incompleto. Enquanto não tomarmos a segunda dose, não iremos mudar a história da doença no Brasil.
“A primeira dose reduziu a mortalidade e protege, mas temos que pensar que não devemos ficar pela metade. Ao receber as duas doses, você vai estar plenamente coberto para aquilo que o produto foi desenhado”, alerta Suleiman.
A vacina protege contra casos graves, hospitalizações e óbitos, mas ela sozinha não é capaz de frear a pandemia. Medidas não farmacológicas devem continuar, principalmente com a circulação das novas variantes.
“Enquanto não tiver um cinturão de proteção muito sólido no entorno da população que preciso proteger, a probabilidade de variantes que vão escapar é alta. Como eu faço para bloquear? Imunizar, ter drogas antivirais (ainda não temos) e, em paralelo, as medidas não farmacológicas e a testagem em massa. É uma mandala de cuidados. Ou faço isso ou vou perder essa briga“, alerta Suleiman.
Proteção garantida em dezembro?
Muita gente acredita que a proteção total contra a Covid-19 acontecerá em dezembro, quando toda população adulta e os adolescentes devem ser vacinados. Contudo, essa perspectiva só será cumprida, caso o Ministério da Saúde siga a risca todo o cronograma do Plano Nacional de Imunização.
Segundo o planejamento do governo federal, o Brasil terá mais de 600 milhões de doses até dezembro, o suficiente para imunizar toda a população vacinável. Ambos os especialistas dizem que a performance do Brasil não foi boa na vacinação contra a Covid-19, principalmente nos meses de março e abril.
E mesmo que toda população adulta e adolescente já esteja vacinada, a tendência é que os cuidados continuem para estabilizar para baixo o número de casos de coornavírus.
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