Política

Com uma forte divisão, Brasil presencia manifestações no feriado da Independência

Atos pró e contra Bolsonaro são registrados em vários pontos do país

Como era muito esperado e anunciado, o 7 de Setembro, feriado da Independência do Brasil é marcado por diversas manifestações e protestos contra, mas também a favor do presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) e também ao governo federal.

O clima no Brasil é de uma forte divisão e estes atos ocorrem em meio a embates do presidente com o Supremo Tribunal Federal (STF), e em um contexto de queda na popularidade e nas avaliações sobre a administração Bolsonaro – e de uma acentuada crise econômica. Além disso, o país ainda é assolado pela pandemia do coronavírus. Mesmo com o avanço da vacina e a queda de leitos e mortes, os índices ainda estão altos e muito preocupantes.

Bolsonaro acirrou as tensões ao convocar os atos pró-governo, com pauta antidemocrática, com ameaças aos ministros do Supremo e ao Congresso.

Ameaça

Na última sexta-feira, sem citar nomes, Bolsonaro disse que a manifestação pró-governo seria um “ultimato” a duas pessoas que estão “usando da força do poder” contra ele. Em Brasília, a avaliação é de que ele se referia aos ministros do STF Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes.

Os apoiadores do presidente intensificaram os chamados para os atos após a rejeição da PEC do voto impresso. Esta se tornou uma demanda dos bolsonaristas diante de supostas fraudes nas eleições. Mas que até agora não há indícios e cujas provas o próprio presidente admitiu não existirem.

No campo contrário, manifestantes protestam contra o governo Bolsonaro e a escalada da crise institucional e econômica. Diante de quase 600 mil mortos na pandemia do coronavírus, aumento de preços, do desemprego e da fome, os atos pedem a saída do presidente.

Em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro decidiu manter o tom de ameaça ao Supremo Tribunal Federal em discurso a apoiadores na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, neste 7 de Setembro. No pronunciamento, não citou nomes, mas indicou uma nova fase da ofensiva contra os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes.

“Não mais aceitaremos que qualquer autoridade, usando a força do poder, passe por cima da nossa Constituição. Não mais aceitaremos qualquer medida, qualquer ação ou qualquer certeza que venha de fora das quatro linhas da Constituição. Nós também não podemos continuar aceitando que uma pessoa específica da região dos Três Poderes continue barbarizando a nossa população. Não podemos aceitar mais prisões políticas no nosso Brasil”, afirmou Bolsonaro.

“Ou o chefe desse Poder enquadra o seu, ou esse Poder pode sofrer aquilo que nós não queremos, porque nós valorizamos, reconhecemos e sabemos o valor de cada Poder desta República”, ameaçou.

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