Governo de São Paulo anuncia plano de enfrentamento a varíola dos macacos
Protocolos terão de ser seguidos e um centro de controle serão criados
São Paulo já soma 1298 infectados pela varíola dos macacos. Para garantir o enfrentamento da doença. as secretarias de Saúde, de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde anunciaram nesta quinta-feira (4) uma série de medidas para o enfrentamento da doença.
O plano de enfrentamento a varíola dos macacos vai contar com 93 hospitais de retaguarda, uma rede credenciada de laboratórios para testagem e vigilância genômica e serviço de orientação 24 horas para profissionais de saúde. Além disso, foram definidos protocolos de diagnóstico e assistência.
Também houveram anúncios da criação de um ‘Centro de Controle e Integração’, que irá assessorar as ações do governo no combate à varíola dos macacos, projetar os cenários epidemiológicos, propor medidas e identificar oportunidades para o desenvolvimento de vacinas e tratamentos.
Além de Gorinchteyn e Uip, fazem parte do Centro, por exemplo, Dimas Covas, Esper Kallas, João Gabbardo e Regiane de Paula. O grupo é formado por 24 profissionais de diversas áreas, entre cientistas, epidemiologistas, virologistas, infectologistas e professores universitários.
Durante a coletiva, o secretário de saúde ressaltou que a varíola dos macacos não se trata de uma emergência de saúde pública, como foi a Covid, doença com maior transmissibilidade, riscos de agravamento e impacto na rede hospitalar.
“Estamos fazendo uma atitude muito mais antecipada, em cadência para que todos tenhamos protocolos assistenciais e isso ajude as unidades de saúde a identificar a doença e definir quem são aqueles que têm risco potencial de desenvolver a forma grave de doença, que são exatamente pessoas que têm algum problema na sua imunidade”, disse Gorinchteyn.
Cenário
Por enquanto o estado de São Paulo tem 1.298 infectados. Destes, 98% são casos leves. Os 2% que precisaram de internação são de pessoas que tiveram mais de 100 lesões no corpo.
Segundo os secretários, os casos estão concentrados na região metropolitana, mas já estão se espalhando para o interior, principalmente nas cidades do eixo Bandeirantes/Anhanguera.
Confira os principais pontos do protocolo assistencial:
- Paciente com sintomas chega a UBS, consultório ou hospital;
- Caso é definido como suspeito, provável ou confirmado;
- Paciente suspeito faz PCR;
- Mesmo sem a confirmação, paciente suspeito e contactantes já são orientados para realizar isolamento;
- Em caso confirmado, notificação ao estado é compulsória e deve ser feita em até 24 horas da confirmação;
- Em casos leves, o isolamento é domiciliar, e, em graves, hospitalar;
- O caso confirmado e os contactantes serão monitorados uma vez por dia, por telefone, por 21 dias.
Protocolo para grávidas e lactantes
A grávida que for diagnosticada com varíola dos macacos será acompanhada e indicada para o parto em uma unidade de saúde de alto risco. A indicação para o parto passa a ser de cesárea, mas, caso não hajam lesões na região perianal, poderá ser avaliada a possibilidade de parto normal.
Já as mulheres que amamentam e forem infectadas receberão a orientação de ficar 14 dias sem amamentar. O secretário de Saúde reforçou que estas são as orientações para este momento, mas que podem mudar de acordo com as atualizações sobre a evolução da doença em gestantes e lactantes. Segundo Gorinchteyn, ainda não se sabe, por exemplo, se a doença pode ser transmitida através do leite materno.
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