Economia

Caixa anuncia a renúncia do quarto vice-presidente após denúncia de assédio moral

Servidoras denunciaram Cláudio Salituro pela conduta

A Caixa Econômica Federal vive uma séria crise institucional em sua gestão. Nesta terça-feira (18) houve a confirmação da renúncia do vice-presidente de Tecnologia e Digital do banco, Claudio Salituro. Esta foi a quarta saída de um integrante da Presidência, após o desligamento do até então presidente Pedro Guimarães, acusado de assédio.

“A Caixa Econômica Federal comunica à sociedade brasileira, aos seus clientes e empregados, e ao mercado em geral que o Conselho de Administração acatou, nesta data, pedido de renúncia, por questões pessoais, do Sr. Claudio Salituro ao cargo de vice-presidente de Tecnologia e Digital”, diz o comunicado do banco ao mercado.

“A Caixa agradece ao Sr. Claudio Salituro pelas relevantes contribuições, profissionalismo e dedicação, desejando-lhe sucesso nos novos desafios”, completa o texto, que não indica o substituto de Salituro no posto.

A decisão foi tomada durante a reunião do Conselho de Administração da Caixa que analisou um relatório da corregedoria, com mais de 500 páginas, sobre as denúncias de assédio contra o ex-presidente do banco Pedro Guimarães.

De acordo com informações reveladas pelo site Metrópoles e pela TV Globo, vídeos em que Claudio Salituro aparece filmando e xingando servidores do banco foram publicados. Na época, a Caixa afirmou que o material seria apurado pelo banco e por uma auditoria privada contratada após as denúncias virem à tona.

A Caixa tem 12 vice-presidências e desse total, quatro pediram demissões. São eles:

  • o vice-presidente de Negócios de Atacado, Celso Leonardo Barbosa, próximo a Guimarães e também citado em denúncias;
  • o vice-presidente de Logística, Antônio Carlos Ferreira, cuja saída foi confirmada pela nova presidente do banco, Daniella Marques;
  • a vice-presidente da Rede de Varejo, Camila de Freitas Aichinger.

Aumento de denúncias

As denúncias de assédio moral e sexual praticados pelo ex-presidente da Caixa Pedro Guimarães, que comandava o banco desde o início do governo Jair Bolsonaro, vieram à tona no fim de junho.

As funcionárias do banco que passaram pelas situações de assédio já tinham denunciado os casos à Justiça e, naquele momento, decidiram também levar a denúncia à imprensa. O Ministério Público Federal, o Ministério Público do Trabalho e o Tribunal de Contas da União abriram investigações sobre o caso.

Segundo o MPT, a primeira denúncia de assédio sexual contra o ex-presidente da Caixa aconteceu em julho de 2019, quando Guimarães estava há apenas seis meses no exercício do cargo. Mas, segundo os procuradores, a empresa não adotou qualquer providência para investigar a denúncia.

Devido à suposta omissão, o MPT pediu a condenação da Caixa Econômica Federal em R$ 305 milhões. Os procuradores também solicitaram que a Justiça determine que a Caixa abstenha-se de praticar ou permitir a prática de quaisquer atos que importem a retaliação a pessoas que utilizem o canal de denúncias interno ou que tenha participado como testemunha em investigação do Ministério Público ou dos demais órgãos de fiscalização.

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