Maio – Mês da conscientização sobre as doenças da Tireoide
Médico explica quais os tipos e o que fazer para prevenir e tratar
No próximo dia 25 de maio é celebrado o Dia Mundial da Tireoide. E o tipo de câncer neste órgão é um dos mais frequentes na população mundial e se não tratada corretamente, além de comprometer a saúde bucal, pode causar também o risco de morte. Por isso, para alertar a população sobre as doenças da glândula, o mês de maio foi intitulado como mês da conscientização sobre as doenças da tireoide.
O médico cirurgião, especialista em cabeça e pescoço, Dr. Rogério Dedivitis faz o alerta sobre o que é a tireóide e o porque ela é tão importante para o corpo. “A tireoide é uma glândula localizada na região anterior baixa do pescoço, anteriormente à traqueia. Apresenta dois lobos (direito e esquerdo), unidos entre si pelo istmo (que fica no centro da glândula, unindo os dois lados). Assim, tem o formato de H ou de borboleta”, frisa.
Ele conta que a tireoide produz os hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tetraiodotironina), essenciais para o funcionamento do organismo. “O iodo é a matéria-prima para a produção desses hormônios, sendo adquirido por meio da alimentação. Algumas áreas, notadamente aquelas afastadas do mar, são ditas como “iodoprivas”, ou seja, com carência alimentar de iodo. No Brasil, a iodinização do sal de cozinha evitou os efeitos dessa carência”, conta.
Existem quatro tipos principais de câncer de tireoide. São eles: adenocarcinomas bem-diferenciados (papilífero e folicular), medular e anaplásico. Dr. Rogério Dedivitis explica os principais aspectos de cada um deles.
Carcinoma papilífero:
Responde por cerca de 85% a 90% dos casos de todos os cânceres de tireoide. Seu crescimento é lento e demora para produzir metástases. Mesmo assim, apresenta, muitas vezes, metástases nos linfonodos do pescoço. Apesar de ser considerado um câncer pouco agressivo, apresenta variantes que fogem dessa regra, necessitando atenção especial.
O exame de punção aspirativa por agulha fina (PAAF) é realizado quando há um nódulo suspeito na glândula, permitindo, muitas vezes, fechar o diagnóstico. O índice de cura fica acima de 95%, sendo o prognóstico ainda melhor em pacientes com menos de 55 anos de idade.
Carcinoma folicular:
Também é bem diferenciado e responde por menos de 10% dos cânceres de tireoide. Raramente emite metástase para linfonodos do pescoço, mas pode apresentar metástases à distância, principalmente para ossos e pulmões. O prognóstico também é favorável.
Para concluir o diagnóstico deste tipo, há uma dificuldade no exame de PAAF, onde o laudo da biópsia costuma revelar uma neoplasia folicular ou lesão celular folicular de significado indeterminado. Para definir se é maligno ou benigno, uma opção é a cirurgia.
Carcinoma medular:
Representa cerca de 5% dos cânceres da glândula. Esse câncer divide-se em esporádico (90%) e familiar (10%), daí a necessidade de investigação, para avaliar o risco de evento em membros da família. Existe ainda a associação, em cerca de 10% dos casos, com outros cânceres de origem endócrina.
Ao contrário dos carcinomas citados acima, o medular não capta o iodo (pois não tem origem em célula tireoidiana), então, não se indica complemento do tratamento com a radioiodoterapia. O tratamento é cirúrgico e, como é um tipo mais agressivo, muitas vezes, exige o procedimento de tireoidectomia total, que é a remoção completa da glândula com esvaziamento cervical (remoção das cadeias linfáticas).
Carcinoma anaplásico ou indiferenciado:
Responde por 1-2% dos cânceres tireoidianos, ocorre principalmente após os 60 anos de idade e é muito agressivo e de difícil controle.
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