SaúdeSaúde & Bem-Estar

Curso de Capacitação gratuito: “Abordagem Multidisciplinar na Depressão da Pessoa Idosa”

O curso é uma das etapas multiplicadoras de amplo Projeto que tem o objetivo de detectar sinais de fragilidade e depressão 60

Profissionais de saúde de Unidades Básicas de Saúde – UBS, de hospitais e de Instituições de Longa Permanência para Idosos – ILPIs, entre outros, têm a oportunidade de participar do curso de capacitação gratuito “Abordagem Multidisciplinar na Depressão da Pessoa Idosa”.

O curso terá aulas online, com temas que abrangem desde a epidemiologia e depressão em idosos, desafios e estratégias na identificação e diagnóstico, iniciação na abordagem farmacológica até ativação comportamental no manejo de sintomas depressivos. Interessados devem se inscrever para o lançamento oficial da capacitação, que será online, com apresentação do programa educativo do curso – www.ondinalobo.org.br/projeto-plataforma. Vagas limitadas.

A promoção dessa capacitação é mais uma etapa multiplicadora do Projeto Plataforma de Apoio à Depressão 60+, que ajuda equipes multidisciplinares de saúde no rastreio da depressão em pessoas idosas, além de monitorar e acompanhar de forma eficaz os planos de cuidados personalizados. O projeto é uma iniciativa da Casa Ondina Lobo – terceira conquista com certificado FMID (Fundo Municipal do Idoso) -, com coordenação científica da Universidade de São Paulo – USP e da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG; com gestão e coordenação da equipe multidisciplinar da Ativa Longevidade; e com plataforma desenvolvida pela Medlogic.

Os participantes do curso, além de terem a oportunidade de descobrir estratégias de prevenção e promoção da saúde mental, também serão capacitados para terem acesso ao Projeto e utilizar a Plataforma de Apoio à Depressão 60+. São mais de 10 vídeos/aulas, que contam com as perspectivas e contribuições tanto da equipe científica da USP e da UFMG, quanto dos profissionais multidisciplinares envolvidos no projeto. Ao final, os participantes receberão certificado.

O evento online de lançamento do curso será dia 15 de maio, das 9h00 às 10h00. Contará com representantes do FMID – Fundo Municipal do Idoso, da Casa Ondina Lobo e da USP e UFMG. Entre os médicos presentes estarão Edgar Nunes, Professor Titular do Departamento de Clínica Médica da UFMG, Consultor do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) na Área da Saúde do Idoso e Coordenador do Núcleo de Geriatria e Gerontologia da UFMG; Antônio Barreto, Médico Geriatra – Coordenador Geral do Ambulatório de Geriatria do Hospital das Clínicas; e prof. Bernardo de Mattos Viana, Médico Psiquiatra – Professor Assistente do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da UFMG; chefe do Programa de Extensão em Psiquiatria e Psicologia do Idoso da UFMG e do Programa de Residência Médica em Psicogeriatria do Hospital das Clínicas da UFMG, Co-PI da coorte Cog-aging e Co-PI em Neuromodulação no INCT-NeuroTec-R e CTMM. Todos são membros da equipe científica da Plataforma Apoio à Depressão 60+.

O ineditismo e a inovação da Plataforma de Apoio à Depressão 60+

“O projeto da Plataforma oferece uma abordagem inovadora para cuidar da saúde mental de pessoas idosas institucionalizadas, combinando tecnologia com a expertise de uma equipe multidisciplinar”, explica Letícia Sumita, geriatra do projeto especializada em psicogeriatria.

A Plataforma emprega ferramentas científicas validadas e reconhecidas tanto no Brasil quanto no cenário internacional e possibilita uma visão multidisciplinar da pessoa idosa. “Através dela, os profissionais podem detectar rapidamente os primeiros sinais de fragilidade e depressão para que possam ser endereçados na recuperação de eventuais perdas de autonomia e/ou independência. Este esforço se traduz em estabelecer planos de cuidados personalizados, por meio de intervenções multidisciplinares e da utilização eficaz da Plataforma tecnológica especializada”, completa a médica.

Segundo Letícia, a depressão é geralmente subdiagnosticada entre as pessoas idosas e é de extrema importância capacitar os profissionais de saúde que lidam com eles para um olhar mais apurado. “Existe um estigma cultural que associa tristeza à velhice, principalmente naquelas pessoas idosas institucionalizadas. O uso de ferramentas para rastreio de depressão permite de forma mais precisa a identificação do problema, e reduz o risco de interpretar os sintomas como parte natural do envelhecimento. Capacitar esses profissionais para enxergar além do estigma pode ser crucial para salvar vidas”, conclui.

A metodologia do projeto também inclui o acompanhamento das pessoas idosas rastreadas com maior risco de depressão através do monitoramento à distância que é feito pela equipe multidisciplinar do projeto, apoiando a equipe assistencial de cada instituição.

Cerca de 500 pessoas idosas já estão sendo beneficiadas com o Projeto

O projeto Plataforma de Apoio à Saúde Mental 60+ teve início em agosto de 2022, e envolveu uma equipe multidisciplinar — composta por profissionais das áreas de psicologia, gerontologia, educação física, fisioterapia, farmácia, fonoaudiologia, psiquiatria e geriatria — na formulação de um protocolo em parceria com o Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e do Núcleo de Geriatria e Gerontologia da UFMG.

No primeiro semestre de 2023 foi realizado um piloto com 70 pessoas idosas moradoras na Casa Ondina Lobo e, desde o início desse ano, a Plataforma já está em uso e disponibilizada gratuitamente para mais de 60 profissionais de 11 ILPIs (localizadas na região metropolitana de São Paulo), beneficiando mais de 400 pessoas idosas.

Desde o seu lançamento, o projeto tem sido uma iniciativa transformadora no cuidado às pessoas idosas residentes em ILPIs. “No projeto, constatamos que 67% das pessoas idosas avaliadas são classificados como frágeis, enfrentam um maior risco de eventos adversos de saúde, como quedas, hospitalizações, incapacidades funcionais e, infelizmente, até mesmo óbito. A presença simultânea de fragilidade e depressão pode potencializar esses riscos de forma sinérgica. Esta conexão entre fragilidade e depressão foi observada durante o projeto Plataforma”, explica Isabella Berger, geriatra especializada em psicogeriatria do projeto Plataforma.

Segundo Isabella, as pessoas podem testar com alguma pessoa idosa do seu convívio, fazendo uma pergunta fechada, por exemplo: Você se sente feliz? Sim ou não? “Na sua grande maioria das vezes, a pessoa idosa primeiro conta uma parte da sua história e depois diz sim ou não. E para aquelas que são mais diretas e respondem apenas sim ou não, faça um teste também, em uma pergunta qualquer, diga: por quê? Pode acreditar que virá uma história a se conhecer”, completa a médica.

LEIA MAIS

Jundiaí é referência em políticas públicas de segurança alimentar

Motociclista morre em acidente na Rodovia Adail Eduardo Gut

Mostrar mais

Artigos relacionados

Deixe um comentário

Botão Voltar ao topo
Don`t copy text!

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios