
Vazaram conversas telefônicas da Operação Muditia e a reportagem do Portal Rede Noticiaz teve acesso ao processo que investiga uma organização criminosa que está ligada à facção Primeiro Comando da Capital (PCC), e estaria realizando fraudes em licitações em todo o Estado e a atuação da PF em Itatiba é detalhada no documento.
De acordo com as informações, durante as buscas, os policiais estiveram em 11 prédios públicos, 21 conjuntos residenciais e dez comerciais. Foram recolhidas quatro armas, mais de 200 munições, 22 celulares e notebooks. Também encontraram dinheiro: R$ 3,5 milhões em cheques, R$ 600 mil em espécie e quase 9 mil dólares.
Ainda de acordo com as informações, em Itatiba, a investigação teria revelado que ex-secretário de Administração, Eduardo Sesti Junior, recebia propina mensalmente de uma empresa que prestava serviços a prefeitura.
A juíza Priscila Devechi autorizou que no endereço residencial do Sesti Junior fosse realizada a procura de elementos relevantes a investigação já que havia indícios de que a Prefeitura manteve vínculo contratual com empresas de grupo criminoso durante sua gestão.
Sendo assim, o documento ainda apontou que secretário também se relaciona ilicitamente com as empresas investigadas, constando como interveniente na relação jurídica pública, recebendo propina mensal.
Por fim, há também informações que levam a contatos e mensagens trocadas entre os envolvidos. Na cidade de Cubatão, foram divulgadas conversas entre os o vereador Ricardo Queixão (PSD), o advogado Áureo Tupinambá e a servidora Fabiana de Abreu Silva foram presos durante a Operação. A expectativa é que material semelhante seja obtido em Itatiba.
Enfim, no processo ainda existem outras conversas que foram captas pela interceptação telefônica e logo serão divulgadas. O promotor do caso avalia que mais operações sejam realizadas no estado.
Crimes
A investigação apontou que a estrutura criminosa simulava concorrência pública com empresas parceiras ou de um mesmo grupo econômico.
De acordo com a PF, há indicativos da corrupção sistemática de agentes públicos e políticos e diversos outros delitos. As empresas investigadas atuavam de forma recorrente a frustrar a competição de contratações de mão-de-obra terceirizada no estado.
Sendo assim, além de Itatiba, a operação abrangeu diversas cidades do estado de São Paulo. A investigação resultou na prisão de três vereadores e mais 11 pessoas. A movimentação financeira é estimada em R$200 milhões em contratos fraudulentos.
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