Saúde

Qual a consequência do Bullying? Entenda

A professora de Psicologia da Faculdade Mackenzie Rio, Isabela Pereira Henze, explica

Bullying é uma palavra de origem inglesa, usada em diversos países para conceituar alguns comportamentos agressivos e antissociais. Ele acontece de forma velada, por “meio de um conjunto de comportamentos cruéis, intimidadores e repetitivos, prolongadamente contra uma mesma vítima” e com grande poder destrutivo, pois fere a “área mais preciosa, íntima e inviolável do ser: a alma”. Estas agressões podem se dar de maneira verbal, física e emocional.

As maiores vítimas do bullying são crianças e adolescentes, onde este tipo de violência acaba causando marcas profundas, não apenas no presente, mas pela vida toda, sendo um dos grandes desencadeadores de problemas psicológicos nas vítimas, como: dificuldade na aprendizagem, ansiedade, depressão, estresse pós-traumático (TEPT), uso de substâncias química, até pensamentos suicida. Além disso, a experiência de ser alvo de bullying pode fazer com que a vítima sinta dificuldade em confiar nas outras pessoas, prejudicando suas relações sociais e afetivas.

A ansiedade e depressão, normalmente são resposta a constante sensação de medo e insegurança, que as pessoas vítimas de bullying vivenciam, fazendo com que evitem as interações entre colegas. Este medo normalmente leva a uma visão negativa do mundo e delas próprias, as fazendo sentirem inadequadas e desvalorizadas, sem acreditar em suas próprias capacidades e habilidades, neste ponto a autoestima está diminuída.

As consequências do bullying não se limitam ao ambiente escolar. Elas podem se estender para a vida adulta, afetando a capacidade de trabalho e as relações interpessoais. Adultos que foram vítimas de bullying na infância podem carregar traumas que se manifestam em dificuldades emocionais e comportamentais, como isolamento social, problemas de relacionamento e dificuldades profissionais. A saúde mental dessas pessoas pode ser profundamente impactada, tornando-as mais vulneráveis a problemas como a depressão e a ansiedade.

Do ponto de vista das neurociências, o bullying pode causar alterações no cérebro que afetam o desenvolvimento emocional e comportamental da vítima. Estudos mostram que o estresse crônico, causado pela agressão constante, pode alterar a estrutura do cérebro, afetando áreas importantes para a regulação das emoções, como o hipocampo e a amígdala. Isso pode resultar em dificuldades na memória, na aprendizagem e na regulação emocional, perpetuando um ciclo de sofrimento e de respostas comportamentais desproporcionais a situações do cotidiano. E um cérebro em alerta sempre.

É crucial que educadores, pais e profissionais de saúde mental estejam atentos às manifestações do bullying e suas consequências. A intervenção precoce pode ajudar a mitigar os efeitos negativos e promover um ambiente mais saudável.

Programas de conscientização e suporte emocional, além do apoio psicológico são essenciais para ajudar as vítimas a superar suas experiências e reconstruir sua autoestima. Além disso, o SOS Bullying, delegacias especializadas e a casa da mulher brasileira estão disponíveis para apoiar e dar assistência para quem está passando por isso. A empatia e o respeito mútuo devem ser pilares da convivência, para que possamos construir uma sociedade mais justa e saudável.

LEIA MAIS 

Alunos de Jundiaí são investigados por bullying contra estudante de 14 anos

Klabin abre novas vagas de emprego em Jundiaí

Mostrar mais

Artigos relacionados

Deixe um comentário

Botão Voltar ao topo
Don`t copy text!

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios