Julgamento de Bolsonaro avança no STF enquanto Tarcísio articula anistia para investigados
Defesa do ex-presidente questiona delação de Mauro Cid; governador de São Paulo pressiona Congresso por projeto que beneficie réus do 8 de Janeiro e da trama golpista

O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu nesta quarta-feira (3) a fase de sustentações orais no julgamento da ação penal sobre o plano de golpe após as eleições de 2022. Os advogados dos quatro últimos réus, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, apresentaram suas defesas.
Na sustentação em favor de Augusto Heleno, o advogado Matheus Milanez criticou a condução do processo pelo relator, ministro Alexandre de Moraes. Já a defesa de Bolsonaro, feita por Celso Vilardi, contestou supostas omissões e contradições na delação de Mauro Cid. O julgamento será retomado na próxima semana, com o voto de Moraes e dos outros quatro ministros da Primeira Turma. Paralelamente, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a condenação de integrantes do chamado núcleo 4, responsáveis pela disseminação de notícias falsas sobre urnas eletrônicas.
Enquanto o processo avança no STF, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, intensifica a articulação por um projeto de anistia no Congresso. Nesta quarta, ele se reuniu em Brasília com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para discutir a proposta. A ideia é construir um texto que beneficie não apenas condenados e investigados pelos atos de 8 de Janeiro, mas também réus do julgamento em curso sobre a tentativa de golpe.
Segundo aliados, Tarcísio busca consolidar sua posição política ao liderar as negociações. O movimento começou a ser costurado em 19 de agosto, durante jantar em Brasília que marcou a federação entre PP e União Brasil.
No governo federal, a articulação preocupa. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ver risco institucional nas falas do governador paulista. “Me preocupa ouvir que ele não confia nas instituições e na Justiça, ao mesmo tempo em que defende anistia para quem tentou dar um golpe de Estado”, disse.
LEIA MAIS
Dois homens são presos por roubo de carga e sequestro de caminhoneiro
Cacau Show oferece 158 vagas de emprego