Ministério da Saúde volta atrás e não vai mais comprar vacinas
Acordo havia sido confirmado, mas o presidente negou a aquisição da CoronaVac
Foi anunciado na terça-feira (20) que o Ministério da Saúde iria comprar 46 milhões de doses da vacina CoronaVac, estudada e que vai ser fabricada pelo Instituto Butantan e a empresa Sinovac. O valor era de R$ 2,6 bilhões que o Governo Federal iria arcar. Porém nesta quarta-feira (21), houve uma reviravolta e a ordem agora é que não haverá mais esta aquisição pelo Governo Federal.
A afirmação foi do secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco. “Não houve qualquer compromisso com o governo do estado de São Paulo ou seu governador no sentido de aquisição de vacinas contra Covid-19”, disse Franco. “Tratou-se de um protocolo de intenção entre o Ministério da Saúde e o Instituto Butantan, sem caráter vinculante. Não há intenção de compra de vacinas chinesas”, complementou.
João Doria
Em coletiva dada nesta quarta, o governador João Doria (PSDB) ficou espantado com a negativa dada pelo órgão do Governo Federal e fez um apelo para que haja uma espécie de “grandeza.
“Falo aqui na condição de governador do estado de São Paulo, mas falo principalmente como brasileiro, como pai. E como pai eu desejo que meus filhos tomem a vacina, desejo que minha família tome a vacina, desejo que meus vizinhos tomem a vacina, desejo que os brasileiros tomem a vacina. A vacina é que vai nos salvar a todos. Não é ideologia, não é política, não é processo eleitoral que salva, é a vacina”, afirmou.
Nas redes sociais, o governador fez o pedido a Bolsonaro. “Peço ao presidente Jair Bolsonaro que tenha grandeza e lidere o Brasil para a saúde, a vida e a retomada de empregos. A nossa guerra não é eleitoral, é contra a pandemia. Não podemos ficar uns contra os outros. Vamos trabalhar unidos para vencer o vírus e salvar os brasileiros”, disse Doria nas redes sociais.
Bolsonaro
Em visita à cidade de Iperó, onde funciona o Centro Militar da Marinha, o presidente Jair Bolsonaro (Sem partido), voltou a confirmar a não compra das vacinas CoronaVac. “Houve uma distorção por parte do João Doria no tocante ao que ele falou. Ele tem um protocolo de intenções, já mandei cancelar se ele [Pazuello] assinou. Já mandei cancelar. O presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade. Até porque estaria comprando uma vacina que ninguém está interessado por ela, a não ser nós”, afirmou.
Informações de bastidores do Planalto dizem que após o anúncio do acordo para a compra das 46 milhões de doses da vacina do Instituto Butantan com a empresa Sinovac, o presidente da República teria se irritado com Pazzuello.
Leia também