Saúde

Cidade brasileira vacina adolescentes com 12 anos ou mais contra a Covid

Só que o Ministério da Saúde não deu esta orientação para a imunização

É importante garantir a vacinação contra a Covid-19 para o maior número de pessoas. Em Betim, Minas Gerais, os adolescentes com 12 anos ou mais já estão sendo imunizados contra o coronavírus nesta quarta-feira (16). Mas a prática é contra a orientação determinada pelo Ministério da Saúde. Além disso, os especialistas também acreditam que imunizar este grupo, antes de finalizar a vacina em toda população adulta é um equívoco.

O Ministério da Saúde explicou que a a ampliação da vacinação para adolescentes acima de 12 anos ainda está “em discussão”. E reforçou que, neste momento, “a prioridade é vacinar todos os grupos prioritários estipulados pelo Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 e imunizar toda a população acima de 18 anos” — o que não foi feito ainda em Betim.

Além disso, o Ministério da Saúde disse que “a orientação é para que estados e municípios sigam o que é recomendado pelo Ministério da Saúde”. No entanto, os gestores locais tenham autonomia.

Quem também é contrária a vacinação contra a Covid-19 para crianças e adolescentes é a Organização Mundial da Saúde (OMS). Até mesmo os países ricos e que estão com a imunização mais avançada, deveriam adiar seus planos de imunizar crianças e doar as vacinas para o resto do mundo.

Betim

A cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte fez este anúncio e começou a vacinar os adolescentes porque recebeu 6.047 doses de vacinas da Pfizer. Vale destacar que houve a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser usada em pessoas a partir de 12 anos.

Na contramão da recomendação, o secretário de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, disse que a vacinação desse grupo não está liberada ainda pelo Ministério da Saúde. Ele alegou que “não há previsão de imunização deste grupo em todo estado“.

“Betim tomou uma decisão de forma isolada, não podemos prever vacinação de criança e adolescente antes de o Ministério da Saúde decidir”, disse ele. Além disso, toda população de 18 anos ou mais ainda não foi vacinada em Betim. Por enquanto pessoas com 59 anos, pessoas com deficiência permanente e pessoas de 40 a 49 anos com comorbidade.

Resposta

O secretário de Saúde de Betim, Augusto Viana explicou que com a liberação da Anvisa da aplicação da Pfizer em adolescentes, fez uma “discussão interna” e optou por imunizar os estudantes de 12 a 14 anos. “Existem já algumas orientações de que este público é o que mais está sofrendo do ponto de vista de não ter acesso ao ensino de forma presencial. O município já vem avançando para termos o retorno às atividades escolares de forma gradual e, no nosso entendimento, este público, nós temos condições de levar para a sala de aula com segurança e planejamento”, afirmou.

Segundo ele, a cidade concluiu a vacinação de todos os trabalhadores da educação. Agora a expectativa é de que os estudantes vacinados, do 7º ao 9º ano do ensino fundamental, retornem às salas de aula das escolas municipais de forma integral. A tendência é que a volta ocorra a partir de julho. Já os demais alunos devem voltar, de maneira semipresencial, a partir de agosto.

As escolas privadas que já se adequaram aos protocolos municipais já podem retomar as atividades presenciais. Até o momento, duas voltaram. Os pedidos de outras 11 instituições de ensino estão em análise na prefeitura.

“Nós estamos procurando cumprir esse protocolo do mais velho para o mais novo, mas, ao mesmo tempo, vários estudos apontam cientificamente que este é o grupo de maiores vetores, os adolescentes são os grandes vetores. Estamos dando um passo no sentido de procurar imunizar os principais vetores do vírus”, pontuou Viana.

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