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Quem foi Tiradentes e quais as lições para o Brasil de hoje?

Nesta quarta-feira é o dia do homem que lutou pela liberdade do país

Quarta-feira, 21 de abril, o Brasil celebra o feriado de Tiradentes. Mas afinal quem era ele e qual a importância que ele teve para o país? O Rede NotíciaZ trará um pouco da história do dentista, que iniciou um projeto político visando a liberdade e a democracia do povo, começando em Minas Gerais.

O nome verdadeiro dele é Joaquim José da Silva Xavier. Ele nasceu em 1746, em um distrito mineiro que se chamava São João Del-Rei, que atualmente é a cidade de Tiradentes. Quarto filho entre sete irmãos, Tiradentes nasceu em uma família humilde e, devido à morte precoce dos pais precisou trabalhar desde cedo. Fez muitas coisas: foi militar no posto de Alferes, tropeiro, minerador, comerciante, farmacêutico e, finalmente, dentista.

Joaquim cresceu na casa do padrinho, o cirurgião Sebastião Ferreira Leite, que era especialista em arrancar dentes. Foi com ele que Joaquim aprendeu o ofício de dentista. Isso fez com que ele ganhasse o famoso apelido de Tiradentes.

Início da ida à política

Em suas muitas profissões, Tiradentes sempre sentiu a opressão dos portugueses sobre a colônia de Minas Gerais. Como minerador e tropeiro, viu a decadência da mineração na região e os portugueses acusavam os colonos, que diziam que as minas estavam esgotadas, de estarem burlando a coroa.

Como militar, Tiradentes foi nomeado comandante da Patrulha do Caminho Novo, que ligava Minas Gerais ao Rio de Janeiro. Por ali, passava toda a produção de ouro e diamantes com destino ao porto, rumo a Portugal.

Incomodado com a situação, Tiradentes pediu licença da carreira militar e foi tentar uma vida nova no Rio de Janeiro. Por lá, construiu armazéns no cais, uma profissão ainda muito ligada ao transporte de ouro e pedras preciosas. Ainda no Rio, Tiradentes já pregava a ideia de liberdade para a colônia.

Terminada a licença, depois de um ano, ele retornou a Minas Gerais. Lá, juntou-se a José Álvares Maciel, que era filho do capitão-mor de Vila Rica e que acabara de voltar da Europa, também com ideias de independência. Em 1788, a independência se tornou ainda mais urgente, com a chegada do governador Luís Antônio Furtado de Mendonça (o Visconde de Barbacena), que decidiu cobrar todos os impostos atrasados da população.

Tiradentes começou a marcar reuniões secretas para discutir a liberdade da colônia. Nelas, compareciam homens ricos e influentes, como membros do clero, e escritores e artistas como Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa. Eram os primeiros passos para a formação da Inconfidência Mineira, um movimento decisivo para a libertação de Minas Gerais.

A Inconfidência Mineira e a luta por liberdade

O grupo liderado por Tiradentes começou a planejar cuidadosamente uma rebelião. A ideia era que São João Del-Rei fosse a nova capital. Tiradentes até planejou a nova bandeira: um triângulo vermelho, que simbolizava a Santíssima Trindade, com a frase em latim “Libertas quae sera tamen”, que significa “Liberdade, ainda que tardia”.

Tudo foi cuidadosamente planejado e poderia ter dado certo. Só que, em 1789, o coronel Silvério dos Reis, que fazia parte da Inconfidência, delatou seus companheiros à coroa, em troca de perdão para as suas dívidas. Nessa ocasião, Tiradentes estava no Rio de Janeiro, em busca de novos adeptos para a Inconfidência. Silvério foi até a cidade à procura do ex-companheiro. Em 10 de maio, Tiradentes foi encontrado e preso.

Alguns dias depois, os outros membros da Inconfidência passaram a ser caçados e presos em Vila Rica. No dia 4 de julho, Cláudio Manuel da Costa foi encontrado enforcado na cela. Ao todo, o processo de julgamento dos inconfidentes levou três anos, Tiradentes passou por quatro interrogatórios. Cansado, ele assumiu toda a responsabilidade pelo movimento conspiratório, em 1790.

A morte de Tiradentes

A rainha da época, D. Maria I, analisou as dez sentenças de morte dos inconfidentes. Ela perdoou nove deles – e apenas os setenciou ao exílio do Brasil. Tiradentes foi o único que permaneceu condenado à morte.

Não se sabe a causa exata para que D. Maria I não tenha perdoado Tiradentes. A primeira hipótese é que, como Tiradentes assumiu a responsabilidade pela Inconfidência Mineira durante o interrogatório, a coroa o tenha considerado perigoso demais. A segunda hipótese é que a sentença só foi mantida a Tiradentes por ele não pertencer à elite mineradora e, portanto, não possuir influência na coroa.

Tiradentes foi enforcado no Largo da Lampadosa, no Rio de Janeiro, na manhã de 21 de abril de 1792. Depois, seu corpo foi esquartejado em quatro partes e espalhado pela estrada de acesso a Ouro Preto. Sua cabeça foi exibida em uma estaca na praça central da cidade.

Pode-se dizer que Tiradentes virou uma espécie de “bode expiatório” da Coroa Portuguesa: ele pagou pelo movimento e serviu de exemplo à população, para que ninguém mais ousasse se rebelar contra a coroa.

Lições para o Brasil de hoje

Se Tiradentes já lutava pela liberdade e democracia no Brasil, ela teve sucesso nas últimas décadas. No entanto os dias atuais tem gerado um certo temor para a população. Devido a tamanhas divisões, está em falta uma série de ações em busca do prol coletivo de todos os brasileiros.

A República deve ser uma gestão de políticas públicas que ofereçam solidariedade, tolerância, compaixão, justiça e direitos e deveres. Não deve haver um país de ganância, de violência e discussões de ódio. E sim um país livre, onde todos podem se expressar e ter acesso aos serviços públicos.

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