7 de Setembro expõe disputa política entre direita e esquerda no Brasil
Tarcísio critica STF e mira protagonismo pós-Bolsonaro, enquanto governo e movimentos sociais reforçam pauta da soberania nacional

O feriado de 7 de Setembro voltou a ser palco de embates políticos no Brasil. Em São Paulo, a direita reuniu milhares de apoiadores na Avenida Paulista em ato convocado para defender a anistia a condenados do 8 de Janeiro e criticar a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF). O destaque foi o discurso do governador paulista, Tarcísio de Freitas, que subiu o tom contra o ministro Alexandre de Moraes, ao afirmar que “ninguém aguenta mais a tirania” supostamente praticada pelo magistrado.
A fala de Tarcísio teve repercussão imediata. O ministro Gilmar Mendes, decano do STF, reagiu nas redes sociais: “não há no Brasil ‘ditadura da toga’, tampouco ministros agindo como tiranos”.
Enquanto isso, movimentos sociais, sindicatos e partidos de esquerda organizaram atos paralelos em capitais como São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro. No chamado Grito dos Excluídos e em manifestações alinhadas ao governo, as bandeiras foram a defesa da soberania nacional, a justiça social e a taxação dos super-ricos. O presidente Lula também marcou presença no desfile oficial, reforçando o discurso de que “o Brasil não será colônia de ninguém”.
Direita x esquerda no 7 de Setembro
Na Avenida Paulista, lideranças da direita como Silas Malafaia, Michele Bolsonaro e parlamentares aliados discursaram contra o STF e em defesa de Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar. O lema “Reaja Brasil, o medo acabou” guiou o tom de confronto. Para analistas, os atos também serviram para projetar Tarcísio como possível herdeiro político do bolsonarismo.
Já no campo da esquerda, o tom foi de institucionalidade e afirmação nacional. Os organizadores destacaram que as cores verde e amarelo pertencem a todo o povo brasileiro, em contraponto à apropriação feita pela direita nos últimos anos.
Disputa de narrativas
O 7 de Setembro de 2025 deixou claro o contraste de estratégias: de um lado, a direita busca manter Bolsonaro como referência política e pressionar o STF; de outro, o governo e aliados tentam ampliar a coalizão em torno de pautas sociais e da defesa da soberania frente a pressões internacionais.
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